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Livro “O Segredo de Santinha” já está disponível online; Confira a agenda de lançamentos

O livro “O Segredo de Santinha” está oficialmente disponível em formato digital e pode ser acessado gratuitamente por todas as pessoas interessadas. Dedicada às crianças de comunidades quilombolas, indígenas e de terreiros, a obra valoriza culturas, memórias e ancestralidades que resistem e florescem no cotidiano desses territórios.

Inspirado na história de Maria dos Santos Oliveira, a Dona Santa — nascida em 1954 na zona rural de Três Lagoas, em Amargosa/BA —, o livro homenageia essa mestra dos saberes e da cultura popular. Rezadeira, raizeira, sambadeira e praticante das religiosidades de matriz africana, Dona Santa dedica-se desde a infância ao cultivo de plantas medicinais e à cura de diferentes enfermidades, físicas e espirituais, sendo uma referência viva na preservação dos saberes ancestrais e no bem viver coletivo.

Trata-se de uma obra sensível que entrelaça narrativas encantadas com elementos da tradição oral, reafirmando o papel das mulheres mais velhas como guardiãs do saber. Com linguagem poética e ilustrações que enriquecem a leitura, “O Segredo de Santinha” convida crianças e adultos a mergulharem em um universo onde o cotidiano se mistura com o sagrado e o imaginário, revelando um segredo que se comunica diretamente com o coração.

O projeto tem caráter educativo e social, sem fins lucrativos, fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Projeto de Extensão Casa do Duca, vinculado ao Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A proposta nasce do desejo de democratizar o acesso à literatura e fortalecer o sentimento de pertencimento de crianças historicamente marginalizadas, através de uma narrativa afetiva e politicamente engajada.

“O Segredo de Santinha” foi escrito por autoras comprometidas com a valorização das infâncias negras, periféricas e rurais. Para celebrar seu lançamento, está sendo realizada uma série de eventos presenciais e online, incluindo rodas de leitura, conversas com as autoras, vivências e partilhas com comunidades. Confira a agenda:

04/06 – Escola Municipal Armando Libório (Três Lagoas) – 9h
05/06 na Universidade Federal do Pará (on-line)
05/07 – Rede Municipal de Ensino de Amargosa

A versão digital do livro está disponível gratuitamente para leitura e compartilhamento no site:
🔗 ufrb.edu.br/cfp/publicacoesdigitais

Saiba mais:

Alessandra Gomes é professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde atua com dedicação no campo da Educação e das Artes. Com uma trajetória que atravessa a Educação Infantil, a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) e a docência universitária, Alessandra reúne experiências diversas nas áreas da dança, música, fotografia e produção cultural. Coordena o Programa de Extensão CASA do DUCA e o projeto Cine Rapadura, iniciativas voltadas à valorização das expressões artísticas, culturais e comunitárias. Sua atuação é marcada pelo compromisso com a educação popular, os direitos culturais e a promoção da cidadania.

Ângela Teodoro Grillo é professora de Literatura na Universidade Federal do Pará (UFPA) e pesquisadora das relações entre poesia, imagem e identidade de gênero. Criada ao som dos tambores e dos banhos de ervas no terreiro da avó Maria, traz em sua formação intelectual a força das memórias ancestrais e da tradição oral. Coordena o grupo de pesquisa Mil Marias, voltado ao estudo das imagens da mulher na poesia de Língua Portuguesa. Poeta e acadêmica, sua produção dialoga com os saberes populares, os feminismos e a poética como ferramenta de resistência e reexistência.

Camila Novaes, também conhecida como Dofona D’Nanã, é artista multimeios, ilustradora, educadora e gestora cultural com forte atuação nos territórios quilombolas e periféricos. Fundadora da Marron Arte Soluções Criativas e gestora do Nhô Arruda Movimento Cultural, com sede no Quilombo Iracema (Campinas/SP), desenvolve projetos voltados à valorização das culturas afro-brasileiras, à autonomia de mulheres negras e à democratização da arte. Com uma carreira construída ao longo de décadas, Camila combina ancestralidade e inovação em seus trabalhos visuais e educativos, sendo referência na promoção de políticas culturais e afirmativas.