A CAPES e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) realizaram na última terça-feira, 22 de julho, webinário de apresentação do relatório global sobre a escassez de professores no Brasil e no mundo. O evento promoveu debates a partir do documento da Unesco, agência da ONU, indicando que o planeta precisará de 44 milhões de profissionais para atuar na educação básica até 2030, sendo 3,2 milhões na América Latina e Caribe, e que 20% dos professores abandonam a escola nos primeiros cinco anos da carreira.
Para a presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, a discussão sobre a falta de professores, entendendo os motivos da baixa atratividade, é um tema relevante para a definição de políticas públicas. “Precisamos seguir o caminho de assegurar a formação inicial e continuidade com qualidade, como o que tem feito o Ministério da Educação e CAPES em diversos programas para superar os desafios da escassez de profissionais”, destacou.
Também pela CAPES, a diretora de Formação de Professores da Educação Básica, Marcia Ferreira, e o diretor de Educação a Distância, Antonio Amorim, apresentaram as ações da Fundação em relação aos desafios impostos pelo cenário de falta de docentes. Os dirigentes citaram os programas Pibid, Pé-de-Meia Licenciaturas, Parfor, ProEB e Universidade Aberta do Brasil (UAB) como iniciativas para atrair jovens para a profissão, ofertar formação adequada e em todas as regiões do país, e atender à diversidade da sociedade brasileira.
A diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, lembrou que a agência da ONU tem o compromisso com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo o de garantir a equidade na educação. “Não conseguiremos sem professores capacitados e valorizados, atuando de forma articulada para trazer de volta o papel relevante desses profissionais”, ressaltou.
De acordo com o relatório da Unesco, os principais motivos pela falta de interesse pela carreira docente na educação básica é a carga de trabalho, os vínculos empregatício precários e a ausência de apoio socioemocional. Esse cenário, segundo o documento, leva a alta rotatividade e ao abandono da profissão. “Precisamos de políticas integradas de valorização docente, com melhores salários, garantia de estabilidade, incentivos estratégicos, fortalecimento da formação inicial e continua, e participação dos docentes nas decisões”, elencou o chefe regional de Educação da Unesco, Valtencir Mendes.
Participaram do webinário Érica Carvalho, diretora da Fundação SM, uma das realizadoras do evento; Rita de Luna, diretora da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação; Dalila Andrade, diretora de Cooperação do CNPq; Maria Rebeca Otero e Wagner Santana, do setor de Educação da Unesco; Shirley Costa, professora da Secretaria de Educação da Bahia; e Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Assista à íntegra do webinário:
Com informações da CGCOM/CAPES.