A Comissão de Educação e Cultura (CE) debate os 50 anos do ensino superior em cooperativismo no Brasil
A Comissão de Educação e Cultura (CE) promoveu na quarta-feira (8), às 14h30, uma audiência pública para celebrar os 50 anos do ensino superior em cooperativismo no Brasil e debater sua relevância nos currículos da educação nacional. A reunião foi solicitada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) e contou com representantes de universidades, do governo federal e de entidades do setor cooperativista.
O evento marca meio século desde a criação do curso de cooperativismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 1975, considerado o marco inaugural da formação acadêmica nessa área no país.
Para Dorinha, a data é uma oportunidade de refletir sobre a importância do cooperativismo na formação cidadã e no desenvolvimento de modelos econômicos mais sustentáveis, colaborativos e justos.
"Celebrar esse marco é também reconhecer a contribuição do cooperativismo para a construção de uma sociedade mais solidária e participativa. Inserir seus princípios na educação é essencial para o fortalecimento de novas lideranças e para o desenvolvimento local", afirma a parlamentar.
O curso de Gestão de Cooperativas da UFRB
A professora Eliene Anjos representou o curso de Gestão de Cooperativas da UFRB na Comissão de Educação e Cultura (CE), enfatizando que o curso surgiu a partir de uma demanda da sociedade e atua de forma integrada no ensino, pesquisa e extensão.
Em sua fala, destacou que o curso não forma apenas profissionais para o mercado de trabalho, mas também qualifica agricultores familiares, mulheres artesãs e outros sujeitos dos territórios, para que possam retornar a seus empreendimentos, fortalecer a autogestão e melhorar suas condições socioeconômicas.
A professora reforçou ainda a importância da Cooperativa Escola e da Incuba como espaços de prática e experimentação, essenciais para o aprendizado coletivo e a formação cidadã. Ressaltou também a necessidade de mais recursos para a curricularização da extensão, considerando-a estratégica para consolidar a função social da universidade.
Por fim, chamou atenção para o desafio da ausência de dados estatísticos que permitam compreender com mais precisão a participação da população negra, de comunidades e povos tradicionais no cooperativismo. Segundo Eliene, a produção e análise desses dados são fundamentais para dar maior visibilidade ao cooperativismo como mecanismo de inclusão e superação das desigualdades sociais.
Ano Internacional das Cooperativas
A audiência ocorre em um contexto simbólico: 2025 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional das Cooperativas. Com o tema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, a iniciativa global destaca o cooperativismo como alternativa eficaz aos desafios sociais, econômicos e ambientais contemporâneos.
A senadora destaca que o Brasil conta atualmente com mais de 25 milhões de cooperados, distribuídos em cerca de 4,3 mil cooperativas atuantes em diversos setores da economia. Ainda assim, especialistas apontam que o potencial transformador do modelo cooperativista pode ser ampliado com sua inserção sistemática nos currículos escolares e acadêmicos.
Segundo a justificativa do requerimento, a audiência também pretende subsidiar propostas de políticas públicas voltadas à integração do cooperativismo nos diversos níveis de ensino, promovendo seu reconhecimento como eixo estratégico para o desenvolvimento do país.
Fonte: Adaptado da Agência Senado
