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A Licenciatura em Filosofia

Perfil do Egresso licenciado em Filosofia

O licenciado em Filosofia é um profissional que desempenha funções de docência no Ensino Médio e no Ensino Fundamental, podendo atuar também no Ensino Superior.

Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Filosofia "O licenciado deverá estar habilitado para enfrentar com sucesso os desafios e as dificuldades inerentes à tarefa de despertar os jovens para a reflexão filosófica, bem como transmitir aos alunos do Ensino Médio o legado da tradição e o gosto pelo pensamento inovador, crítico e independente." 

Ainda de acordo com essas Diretrizes, são Competências e Habilidades de um Egresso em Filosofia: 1. Capacitação para um modo especificamente filosófico de formular e propor soluções a problemas, nos diversos campos do conhecimento; 2. Capacidade de desenvolver uma consciência crítica sobre conhecimento, razão e realidade sócio-histórico-política; 3. Capacidade para análise, interpretação e comentário de textos teóricos, segundo os mais rigorosos procedimentos de técnica hermenêutica; 4. Compreensão da importância das questões acerca do sentido e da significação da própria existência e das produções culturais; 5. Percepção da integração necessária entre a filosofia e a produção científica, artística, bem como com o agir pessoal e político; 6. Capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos; 7. Capacidade de leitura e compreensão de textos filosóficos em língua estrangeira; 8. Competência na utilização da informática. 


Objetivos do Curso de Licenciatura em Filosofia da UFRB

O Curso de Licenciatura em Filosofia busca a formação de um profissional que conheça os conteúdos da formação específica de sua área de atuação e os conteúdos da formação pedagógica, necessários à prática docente. Assim, o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) institui mecanismos capazes de desenvolver no aluno ao mesmo tempo a cultura investigativa e o domínio das respectivas metodologias que lhe permitam, como futuro professor, conceber, construir e administrar situações de aprendizagem. Dentre tais mecanismos, em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRB, destacam-se a integração do ensino com a pesquisa e a extensão, os programas de iniciação científica e iniciação à docência e os programas específicos de aprimoramento discente. Nessa perspectiva, o PPC de Licenciatura em Filosofia tem por finalidade responder aos desafios da formação de profissionais para a Educação Básica, especialmente do Ensino Médio.

Seu objetivo geral é proporcionar ao licenciando em Filosofia uma formação profissional de excelência, capaz de oferecer o aprendizado consistente dos conteúdos específicos ao seu ensino e ao fazer filosófico que esteja em consonância com uma formação multidisciplinar, contemplando ações de pesquisa, ensino e extensão, voltadas para a valorização da cultura regional do Recôncavo da Bahia e para a promoção da cidadania. O propósito é, assim, contribuir para um pensamento conceitual crítico, investigativo e humanístico do licenciando e, com isso, para a construção de uma sociedade mais igualitária dentro dos princípios do respeito às diferenças de toda ordem, e da consolidação dos valores democráticos da sociedade brasileira.

Seu objetivo específico é: 1. Capacitar para um modo especificamente filosófico de formular e propor soluções a problemas, nos diversos campos de conhecimento; 2. Desenvolver a consciência crítica acerca do conhecimento, razão e realidade sócio-históricopolítica; 3. Formar para análise, interpretação e comentário de textos teóricos, segundo os mais rigorosos procedimentos da interpretação textual; 4. Formar profissionais comprometidos com a formação humana, em suas dimensões ética, cultural, científica, artística e profissional; 5. Compreender a importância das questões acerca do sentido e da significação da própria existência e das produções culturais; 6. Integrar Filosofia e produção científica e artística, bem como com o agir pessoal e político; 7. Promover a excelência acadêmica através do incentivo à competência institucional para produzir, inovar e difundir conhecimentos contribuindo para o aperfeiçoamento da sociedade; 8. Proporcionar ações extensionistas socialmente relevantes que busquem valorizar a Região do Recôncavo da Bahia; 9. Formar para o exercício da crítica filosófica com a promoção integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos; 10. Preparar profissionais hábeis ao exercício da docência com competência, seriedade, responsabilidade e criatividade; 11. Formar profissionais comprometidos e capazes de atuar em assessorias culturais, e capazes de contribuir profissionalmente em outras áreas do saber; 12. Desenvolver formação profissional como um processo permanente, contínuo e autônomo.

Assim, o Curso de Filosofia, fundamental para o Centro de Formação de Professores da UFRB, contempla os princípios norteadores para a compreensão das diferenças culturais, a promoção de diálogos interpretativos e críticos entre as áreas do saber. Ao mesmo tempo, cria condições para o desenvolvimento do raciocínio rigoroso sem negligenciar a humanização das relações intersubjetivas e sociais. Além disso, a Filosofia e a Educação guardam uma relação íntima desde a ideia grega de “Paidéia”. Desta forma, filosofar e educar são termos que conceitual e praticamente se juntam no Curso de Licenciatura de Filosofia, voltado eminentemente para a formação do professor do Ensino Médio, de modo que traz em sua raiz curricular elementos fundamentais para o exercício da liberdade intelectual e social.

Fonte: Projeto Pedagógico do Curso (PPC)  -  2020.1


Breve histórico sobre o ensino de Filosofia no Brasil

O início do ensino da Filosofia no Brasil data do Período Colonial, veio com os jesuítas e possuía um caráter doutrinador religioso, distante ainda de um diálogo característico do livre filosofar. Durante muito tempo, não ocupou um lugar definido no currículo escolar, sendo que, somente em 1930, passou a ser reconhecida e a disputar espaço com outras disciplinas; entre 1930 e 1970 fez parte do programa oficial, obrigatoriamente.

Com a primeira Lei de Diretrizes Curriculares (LDB) 4.024/61, a Filosofia perdia seu caráter de obrigatoriedade no currículo escolar. Em 1964, com o Golpe Militar, a disciplina passou a ser facultativa, e com a Lei 5.692/71 do Ensino Médio, que promovia a inclusão das disciplinas técnicas, a Filosofia foi excluída do currículo escolar e, somente no ano de 1986, volta a ter a sua inclusão recomendada nos currículos. Assim, com o surgimento da nova LDB, 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996, a Filosofia retorna ao currículo como disciplina optativa, ofertada ou não, dependendo da direção da escola.

Já em pleno período da abertura democrática, a Resolução CNE/CEB Nº 3 de 26 de junho de 1998, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), caracterizou os conhecimentos de Filosofia como temas transversais, o que, apesar de não desobrigar a oferta da disciplina, não consolidou a necessidade do ensino de Filosofia como componente curricular. Houve, então, uma grande mobilização nacional para instituir a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia, e tramitou, durante anos na Câmara Federal dos Deputados e no Senado Brasileiro, um projeto de lei complementar Nº 3.178/1997, que instituía a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio. Essa mobilização culminou no encontro de professores de Filosofia, promovido pelo MEC, que ocorreu em 2004, no intuito de discutir os Parâmetros Curriculares do Ensino Médio e tornar obrigatório o componente de Filosofia. Finalmente, em 07 de junho de 2006, o Conselho Nacional de Educação aprovou o parecer CNE/CEB Nº 38, com homologação publicada no Diário Oficial da União de 14 de agosto de 2006, que tornou obrigatório o ensino de Filosofia (e Sociologia) no Ensino Médio Brasileiro (Lei Nº 11.684 de 2 de junho de 2008).

Uma vez aprovada a obrigatoriedade do componente Filosofia no Ensino Médio, a demanda pela formação de professores para o seu ensino tornou-se uma prioridade, tanto pela urgência de formação de docentes qualificados, quanto pela dívida histórica da sociedade brasileira para com o pensamento reflexivo, criativo e conceitual.

Fonte: Projeto Pedagógico do Curso (PPC)  -  2020.1

 

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