Contadores da alegria – Once upon a time... Saúde e contação histórias
No segundo semestre de 2018, aconteceu na Comunidade Quilombola do Iguape Engenho da Ponte, ações do curso de extensão Contadores da Alegria, coordenado pela professora Drª. Kelly Barros Santos e contou com a participação dos discentes: Eduardo Arantes, Naara da Silva, Fernanda Tawani, Álvaro Ruan Silva, Irleidiane de Jesus, Ivin Laís Medrado, Andreza Beatriz Mercês Lima, Diogo Freitas Oliveira, Inaiã Chaar de Santana e Samara Almeida Guimarães.
Na tentativa de desconstruir barreiras entre o aluno e o aprendizado da língua inglesa, a oficina visa estimular o aluno a ouvir termos lexicais e estruturas de forma lúdica, uma vez que todo aprendiz de língua estrangeira se comportará como infante nas fases iniciais do processo de aprendizagem (REVUZ, 2012). Além disso, a escolha por expor a língua dentro da contação de histórias, deve-se a crença de que o desenvolvimento da habilidade de ouvir (‘listening’) para repetir prepara o aprendiz para os outros estágios de aquisição de língua.
Os objetivos da ação são o desenvolvimento da habilidade de escutar em língua inglesa sem a tensão e o compromisso de traduzir ou compreender de imediato uma estrutura ou um termo, bem como estimular o aluno a ultrapassar a barreira de ouvir em ‘língua estrangeira’ e também motivar o aluno a se expor através do uso de língua inglesa e por fim, possibilitar que o ouvinte corra riscos e use a língua inglesa de maneira lúdica.
Para isso são ministradas aulas/contação de histórias expositivas; atividades orais, individuais ou em grupos, em sala de aula e em casa; utilizados recursos áudio-visuais (som, retro-projetor, data-show) e elaboração de histórias.
Sobre a Comunidade:*
A Bacia do Iguape é formada por 13 comunidades remanescentes de quilombos: Caibongo, Calembá, Campina, Dendê, Imbiara, Imbiara de Cima, Engenho da Ponte, Engenho da Praia, Kaonge, Opalma, Palmeira, Santiago do Iguape e São Francisco do Paraguaçu. Segundo dados do Ministério da Educação, apenas três unidades de ensino contemplam os estudantes dessas localidades. Duas delas em Santiago do Iguape e uma em São Francisco do Paraguaçu, comunidades centrais da bacia.
Estudantes das comunidades mais distantes da borda chegam a percorrer em média 30km para chegar à sala de aula. Como as estradas não são pavimentadas, o período de chuvas transforma o trajeto numa saga. Os ônibus escolares não conseguem passar por alguns trechos, que ficam alagados ou enlameados, e boa parte dos alunos acaba faltando às aulas.
Estudantes de comunidades mais distantes, como o Engenho da Ponte, fazem dois trajetos: à pé até as estradas vicinais e empresas seguida de ônibus.
A trilha, porém, não se resume à estrada. A Bacia do Iguape tem um baixo indicador socioeconômico, de acordo com dados do MEC. 80% da população está registrada profissionalmente como marisqueira ou pescador, atividade exaustiva e de pouco retorno financeiro. Para complementar a renda familiar, jovens tentam conciliar os estudos com a maré, o que muitas vezes não funciona.
O que dizem os dados
Apenas três escolas registradas no MEC contemplam as 13 comunidades da Bacia do Iguape. Dessas, apenas uma oferece turmas de Ensino Médio. Em todas elas, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), está abaixo da média. As três também compartilham o fato de não terem espaços de aprendizagem como bibliotecas, salas de leitura, laboratórios de ciência e informática, auditórios e quadra de esportes. No entanto, já oferecem computadores e serviços de banda larga.
*Fonte: www3.ufrb.edu.br/reverso/caminhos-a-rota-da-educacao-na-bacia-do-iguape
Confira as fotos da ação: