Fisiologia de sementes: Parte I - formação e germinação de sementes
Elvis Lima Vieira.
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Zuleide Silva de Carvalho.
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Publicado em: 21 set. 2023.
Como citar:
VIEIRA, E. L. CARVALHO, Z. S. de. Fisiologia de sementes: Parte I – formação e germinação de sementes. Boletim Científico Agronômico do CCAAB/UFRB, v. 1, e2259, 2023. Disponível em: https://ufrb.edu.br/ccaab/boletim-cientifico-agronomico-do-ccaab-volume1/2259-2259-pdf
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Resumo: A semente é um óvulo maduro que desempenha um papel vital na propagação de plantas. A semente contém uma planta em miniatura (eixo embrionário - plântula), com potencial de se desenvolver em uma planta adulta sob condições favoráveis. A germinação, para sementes viáveis e não dormentes, inicia-se com a embebição da semente, ou seja, o processo de reidratação. O processo germinativo consiste em uma sequência ordenada de atividades metabólicas, culminando na retomada do crescimento e desenvolvimento do embrião. A fase inicial envolve a ativação dos processos atenuados nas fases finais da maturação e aumento da atividade respiratória do embrião da semente. A embebição garante a hidratação dos tecidos, ativação, síntese e ação enzimática. Fitohormônios, como giberelinas, auxinas e citocininas desempenham papéis fundamentais na promoção da divisão, alongamento e diferenciação celular do eixo embrionário. Além disso, o fornecimento de oxigênio é essencial para a oxidação das reservas contidas nas sementes, gerando ATP, calor e produtos intermediários necessários para a manutenção e a continuidade do processo germinativo. Ao longo desse processo de crescimento e de desenvolvimento do eixo embrionário que leva à formação de uma planta, a disponibilidade contínua de água é absolutamente indispensável. Este artigo tem como objetivo proporcionar uma visão abrangente dos processos envolvidos na formação e germinação de sementes, enfatizando a importância da embebição, da atividade enzimática e dos fitohormônios nesse contexto, ao mesmo tempo que destaca as exigências críticas de oxigênio e água para o êxito deste aspecto fundamental na vida das plantas
Palavras-chave: Eixo-embionário. Embebição. Processo germinativo. Fitohormônios.
Abstract: The seed is a mature ovule that plays a pivotal role in plant propagation. Within the seed resides a miniature plant (embryonic axis - cotyledon), with the potential to develop into an adult plant under favorable conditions. Germination, for viable and non-dormant seeds, commences with seed imbibition, i.e., the rehydration process. The germination process entails an ordered sequence of metabolic activities, culminating in the resumption of embryo growth and development. The initial phase involves the reactivation of processes attenuated during the late stages of maturation, accompanied by an increased respiratory activity in the seed embryo. Imbibition ensures tissue hydration, activation, synthesis, and enzymatic action. Phytohormones such as gibberellins, auxins, and cytokinins play fundamental roles in promoting cellular division, elongation, and differentiation within the embryonic axis. Additionally, the supply of oxygen is essential for the oxidation of reserves stored in seeds, generating ATP, heat, and intermediary products necessary for the maintenance and continuity of the germination process. Throughout this process of embryonic growth and development leading to plant formation, the continuous availability of water is absolutely indispensable. This article aims to provide a comprehensive overview of the processes involved in seed formation and germination, emphasizing the significance of imbibition, enzymatic activity, and phytohormones in this context, while highlighting the critical requirements of oxygen and water for the success of this fundamental aspect in plant life
Keywords: Embryonic Axis. Imbibition. Germination Process. Phytohormones.
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Referências
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