Curso de Serviço Social debate atuação do assistente social no sistema sócio-jurídico
A Bahia lidera os indicadores de vitimização de jovens negros de classe social baixa. Foi o que destacou o professor do curso de Serviço Social da UFRB, Herbert Martins, na última quarta-feira (08), no V Ciclo debates da programação da comemoração ao dia do Assistente social.
Martins pesquisa sobre criminalidade e segurança pública e, no evento, apresentou um mapa da violência em 2012 que mostra a violação dos direitos com o aumento no índice de criminalidade. Para ele, um dos caminhos para intervir nesse cenário é questionar a política de guerra às drogas, discutir o enfrentamento da violência, da segurança que preza mais pela construção de presídios do que por políticas públicas e sociais.
A discussão fez parte da mesa sobre o “Serviço Social e o sistema sócio-jurídico”, que teve, além da particiação do professor Herbert Martins, também das assistentes sociais Lúcia Helena de Mello e Bruna Dourado, e mediação da professora Simone Brandão. O objetivo foi discutir a atuação profissional em face às violações de direitos.
A professora Simone Brandão concorda que é preciso provocar e estabelecer um debate nesse sentido. Para ela, em vez de encarar as drogas como uma questão de segurança pública é preciso enxergar como um problema de saúde pública porque lutar por essas questões é lutar pelo direito à vida.
A assistente social Bruna Dourado, que atua no centro especializado da área, abordou os tipos de violação dos direitos com os quais o profissional precisa lidar. Violência, abuso e exploração sexual de menores, negligência, trabalho infantil, ato infracional, discriminação são alguns dos casos que o assistente social precisa atender. Por meio de uma análise crítica da realidade e de uma atuação ético-política, afirmou Bruna, o papel é buscar incluir socialmente essas pessoas que violaram ou tiveram seus direitos violados sem humilhá-las ou subjugá-las.
Esse ponto também foi abordado por Lúcia Helena de Mello, que atua no tribunal de Justiça da Bahia. Ela apontou que o projeto da profissão é a questão social, é garantir os direitos humanos, mas sem um caráter disciplinador e regulador, muito menos coercitivo. O debate mostrou que a sociedade só tem a ganhar com a existência de políticas sociais que funcionem e que atuação do assistente social é fundamental para a garantia dos direitos.
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