Seminário discute desafios do ensino de História em ambientes especiais
O Seminário de Modalidades Especiais de Educação no Ensino Médio abordou o ensino em diferentes contextos. Educação itinerante, para jovens e adultos, educação técnica, para indígenas, educação prisional, no campo e educação para portadores de necessidades especiais foram os temas das apresentações. O evento que aconteceu no auditório da Fundação Hansen, nesta segunda-feira (22/4), foi organizado pelo professor de Estágio Supervisionado, Leandro Antonio Almeida, do curso de História da UFRB e pelos alunos da turma de Estágio II.
A principal discussão foi em torno das especificidades que cada caso apresenta e da necessidade de preparar os futuros profissionais para atuar nas modalidades especiais de ensino. Leandro Almeida aponta que incluir modalidades especiais de ensino na formação do professor ajuda a pensar a escola por outro ângulo, como forma de atender as especificidades das condições dos grupos marginalizados e minorias. Ele salienta que a inserção desses conteúdos é uma tendência nas políticas públicas relativas à educação, principalmente depois da legislação em voga desde a década de 2000. Mas o professor aponta como problema, também destacado pelos estudantes, a distância entre a legislação e a efetivação das políticas.
Para a estudante do 8° semestre, Ana Carine Melo, que desenvolveu um trabalho com Educação para Jovens e Adultos (EJA), a atuação docente deve estar atenta às especificidades e o professor que trabalha com esse público vai instruir pessoas que já possuem uma consciência formada, portanto o conteúdo precisa ser atrelado às experiências de vida do aluno. Ary Albuquerque, também do 8º semestre de História, destacou que o professor precisa ter consciência da sua responsabilidade social, pois mesmo um jovem ou adulto que já tem um desenvolvimento social e cultural busca alguma coisa na escola. Para o estudante, o professor tem de enfrentar o desafio de uma turma heterogênea e aprender a mediar da melhor forma possível, selecionando bem os conteúdos, aplicando a melhor metodologia, sem deixar de atentar para o eixo social em que o aluno está inserido, pois só assim a educação pode ter qualidade e não se transformar apenas em números.
Os trabalhos dos docentes, sobre a formação para a atuação nessas áreas, mostram que os professores ainda não estão preparados e que as instituições precisam debater mais essas questões. O estudante Fábio Barreto ressalta que há muita diferença entre a idealização e a prática, e cita a experiência que ele teve, no caso do EJA, em que faltam professores especializados, laboratórios, bibliotecas, há discrepâncias entre as idades estipuladas e as que de fato os alunos têm.
Para João Paulo Carmo, que discutiu a educação no campo, essa área tem carência de formação. E em sua perspectiva, além de uma educação que dialogue com o cotidiano rural, é necessário que existam condições de permanência no campo, para que essa proposta de educação se sustente. O seminário mostrou que existem múltiplos cenários que devem ser discutidos e precisam integrar a formação para preparar os futuros professores que vão se deparar com desafios da educação.
Assessoria de Comunicação do CAHL – ASCOM-CAHL
Professoras orientadoras: Rachel Neuberger, Hérica Lene e Jussara Maia
Técnica-administrativa: Lelia Sampaio
Estudantes de jornalismo: Cíntia Pina, Fabiana Dias, Mariana Priscila Souza, Marizângela Sá, Nayá Lôbo e Roquinaldo Freitas
E-mail para contatos e sugestões: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.