Criação do campus da UFRB em Santo Amaro é discutida no CAHL

Alunos, professores e técnicos da UFRB se reuniram durante a manhã desta terça-feira (26/03), no auditório da Fundação Hansen, em Cachoeira, para discutir o projeto de implantação do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), em Santo Amaro.

O projeto, apresentado pelos professores Danilo Barata (CAHL) e Cláudio Orlando (CFP), levará à cidade de Santo Amaro o Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Cultura, Linguagem e Tecnologia, com as terminalidades em Tecnologia do Espetáculo, Engenharia e Produção, Design Digital, Licenciatura em Música Popular e Produção Musical. A proposta prevê a criação de dois outros cursos: Politica e Gestão Cultural e Jogos Eletrônicos.

Baseada na política de expansão das universidades públicas no Brasil e tendo em vista o desenvolvimento local, a UFRB pretende, com o novo campus, oferecer acesso e inclusão social à comunidade, representada na reunião pelo Movimento “Para ser do recôncavo, a UFRB tem que estar em Santo Amaro”.

“Acompanhamos as discussões e a elaboração do projeto, que tem foco na economia criativa e é a tendência do mundo”, afirmou João Militão, um dos representantes da comunidade de Santo Amaro que estiveram presentes à reunião.

A iniciativa de criação do Cecult tem repercutido de forma positiva entre os moradores. A aluna do curso de Comunicação, Sheila Barretto, que é moradora de Santo Amaro, por exemplo, é favorável ao projeto. "Sem dúvida será muito importante para o desenvolvimento do município e para população, afinal, o campus de uma universidade federal sempre traz benefícios pra cidade, como o fortalecimento do comércio.” Ela, no entanto, discorda do modelo de BI. “Não vejo como algo proveitoso e acredito que das alternativas a que mais se aproxima da identidade da população santamarense seja o Licenciamento em Música Popular ou Produção Musical", completou.

Expansão

Para o professor Danillo Barata, que integrou a Comissão que elaborou o projeto, ele vem atender a lei de criação da universidade, que previa desde o início a sua presença em Santo Amaro. Ele acredita que a UFRB vive um momento bastante interessante no que diz respeito à sua expansão, porque já foi vivenciada a implantação dos cinco primeiros centros, “podendo hoje fazer determinadas correções de rota, inclusive fazer a discussão nos centros já existentes para ouvir o retorno deles, o que deixa a comunidade, tanto acadêmica como do Recôncavo da Bahia, mais fortalecida”.

O projeto já foi apresentado para 600 professores da rede pública de ensino em Santo Amaro, e, segundo o Barata, a receptividade tem sido muito boa. “Foi incrível a discussão com a comunidade, a gente tem ido a todos os distritos apresentar o projeto e todos têm nos acolhido de uma forma muito positiva, o que nos dá força para discutir e trabalhar, porque ainda tem muito a ser feito”, afirmou.

O novo Centro propõe uma intensificação dos estímulos à inovação tecnológica associada às áreas artístico-culturais. Barata destacou que os cursos implantados são inovadores e ainda não têm uma presença muito significativa no Brasil, mas de acordo com o projeto, não está dissociado da ideia de mercado. São cursos procurados, por quase não existirem em universidades públicas no país, e que apresentam oportunidades posteriores no mercado de trabalho.

Infra-estrutura do CAHL

Os professores da Comissão foram questionados sobre a questão do espaço e de problemas já enfrentados em outros campi e que ainda não foram resolvidos, como a falta de Residência e Restaurante Universitário. A diretora do CAHL, Georgina Gonçalves, explica que a criação do Cecult não anula as falhas já existentes nos outros centros, e que elas ainda são pautas a serem tratadas na universidade.

“Esse debate instiga que é preciso que se considere o desafio de Santo Amaro como o desafio de pensar o que a gente já conquistou e o que há de fazer. É preciso pensar a pauta de infra-estrutura do CAHL, aprofundar a discussão, e reafirmar a necessidade de expansão do centro. Nenhuma fala aqui foi contra a expansão. Mas precisamos pensar que contribuição o CAHL pode dar para a expansão para Santo Amaro, e ter a oportunidade de discutir as questões de infra-estrutura. São duas pautas que devem ser debatidas: expansão e a infra-estrutura”, ressaltou a diretora.

A comissão organizadora do projeto é composta pelos professores Cláudio Orlando, Rita Dias, Jovino Alves e Danillo Barata, com ajuda dos Pró-reitores e da Superintendência de Assuntos Acadêmicos da UFRB.

Saiba mais

O campus de Santo Amaro integra a projeto inicial de implantação da UFRB, criada em 2005, e instalada em quatro campi (Cruz das Almas, Cachoeira, Santo Antônio de Jesus e Amargosa), onde funcionam cinco unidades acadêmicas. Em agosto de 2011, a presidente da República, Dilma Roussef (PT), anunciou a criação de mais um campus Universitário da UFRB, na cidade de Feira de Santana, localizada na fronteira entre o sertão e o Recôncavo da Bahia.

A previsão inicial é que o Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) tenha, ao final de seis anos, cerca de 1920 alunos de graduação e 300 de pós-graduação. O projeto prevê a composição de um quadro docente com de 100 professores distribuídos entre as áreas de conhecimento de abrangência do Centro. A previsão é de ingresso de 320 alunos por ano, chegando a 960 alunos ao final de três anos.

Fonte: Projeto de criação do Cecult

Apresentação do Projeto do campus de Santo Amaro (Foto: Cíntia Pinna)

Assessoria de Comunicação do CAHL – ASCOM-CAHL

Professoras orientadoras: Rachel Neuberger, Hérica Lene e Jussara Maia

Técnica-administrativa: Lélia Sampaio

Estudantes de jornalismo: Cíntia Pinna, Fabiana Dias, Mariana Priscila Souza, Marizângela Sá