Revista Cinecachoeira destaca filmes dirigidos por mulheres
O editor geral Guilherme Sarmiento destacou o objetivo de dar visibilidade aos filmes dirigidos por mulheres, como parte do tema “A mulher no cinema”. “O objetivo é valorizar a produção feminina, ainda mais hoje, que estão surgindo novas diretoras e poder refletir sobre o espaço no mercado de trabalho para a mulher. Ainda temos poucas diretoras, roteiristas, fotógrafas, mulheres em lugares de decisão criativa no espaço cinematográfico, normalmente elas ocupam mais cargos como produção ou até montagem”.
Sarmiento afirma em sua fala que as diretoras utilizam toda e qualquer abordagem em seus filmes, com temas diversos, falam tanto das suas inquietações com relação a sua realidade como mulher, e também podem se colocar com a ótica de um personagem masculino: “Em Canção de Baal, Helena Ignês se coloca a partir de uma perspectiva, um olhar masculino. E esse tipo atitude ajuda a quebrar muitos tabus ainda existentes dentro do cinema, e a tendência é que as diferenças diminuam ainda mais”.
A professora de Cinema da UFRB, Cyntia Nogueira, aponta que o filme também traz em sua linguagem a liberdade sexual da mulher: “Em alguns momentos nos incomodamos com o personagem masculino por tratar as mulheres como objetos, mas percebe-se que elas também querem usá-lo, elas que vão atrás dele. Então o filme também demonstra a liberdade sexual feminina em que a mulher vai atrás do prazer”.
Em entrevista para a Revista Cinecachoeira, a diretora Helena Ingês comenta sobre sua produção Baal ser um filme sobre o machismo: “O protagonista de Canção de Baal é extremamente machista, apesar de muito talentoso, um grande poeta, músico... As mulheres ali também fazem o jogo dele, elas têm a capacidade de amar, mas são quase idiotas. Uma se suicida, a outra é escorraçada por ele. Baal é um desastre com as mulheres. Tentei construir um personagem meio chapliniano também, ele tem muito do Oscarito, um jeito esquisito...”.
O filme também segue uma linha analítica psicológica associando o personagem Baal à Bertolt Brecht e a Einstein. Helena Ignês explica como surgiu a ideia: “Eu não aguentava mais o peso do texto de Brecht no filme. Quando eu vi na montagem, achei que precisava de algo para equilibrar a história. Einstein foi um personagem que sempre me fascinou, um gênio total, inspirador, que não era apenas um cientista. Lia também clássicos indianos, tinha uma espiritualidade. Comecei a ler muito sobre ele, suas biografias. Também pesquisei sobre a visita dele ao Brasil: as palavras dele no filme foram retiradas de seus textos. Fui seduzida por ele”.
Para saber mais, acesse: http://www.ufrb.edu.br/cinecachoeira
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