Semana Acadêmica do CAHL debate Branquitude e Racismo

Como parte das atividades da Semana Acadêmica  do CAHL, dia 02 de outubro, a professora e psicóloga Dra. Lia Vainer Schucman apresentou uma palestra sobre branquitude e racismo nas relações raciais brasileiras. Num auditório lotado de docentes, discentes e pessoas da comunidade, foram discutidos temas como narcisismo, privilégios e pactos sociais que reservam às  pessoas brancas, sejam pobres ou das elites, lugares sociais de vantagem em relação às pessoas negras.

Segundo a pesquisadora, ser branco significa não ser “racializado”,  ou seja, a maioria das pessoas brancas acreditam que “raça” é coisa de negros. Lia Schucman afirmou que isso se traduz, por exemplo, no sentimento de que “ser branco” significa representar a humanidade universal. Por outro lado, ser negro, ainda que em sociedades onde pessoas negras são maioria, significa carregar uma série de estereótipos racistas que podem levar ao desemprego, à exclusão e até mesmo à morte.

Com base em extensa pesquisa que envolveu entrevistas de pessoas brancas de diversas classes sociais da cidade de São Paulo, a pesquisadora constatou que todos reconhecem seu lugar de privilégio, mas quando indagados sobre as políticas de ação afirmativas, é neste momento que mobilizaram o discurso da “raça humana” e de que todos são iguais. A palestra teve como debatedora a psicóloga e mestra Ana Luisa Dias, professora colaboradora do curso de psicologia da UFBA, que analisou tais questões do ponto da vista da experiência negra na universidade.

A mesa também contou com a mediação de Maiane Nery, aluna do Mestrado de História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas da UFRB, e foi resultado de um trabalho coletivo da professora Luciana Brito, do mestrado e graduação em História da UFRB, além da professora Rosana Soares, do curso de licenciatura em Artes Visuais e da mestranda Lucilene Muniz, também aluna  do Mestrado de História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas da UFRB.