Debate sobre “Diversidade na Universidade” abre Semana de Integração Acadêmica
As professoras Amélia Maraux (UNEB/Campus Coité) e Kiki Givigi (CFP/UFRB) compuseram a mesa de debate “Diversidade na Universidade”, na abertura da Semana de Integração Acadêmica 2015.2, no Centro de Artes, Humanidades e Letras, em Cachoeira. A mediação da mesa ficou sob responsabilidade do egresso do curso de Museologia, Vinícius Zacarias. No debate, Maraux destacou a necessidade dos planos de formação educacional incorporarem temas relativos à diversidade sexual e de gênero, para combater ofensivas de grupos conservadores que, destaca a pesquisadora, utilizam a ideologia de gênero como instrumento de controle social. “Os fundamentalistas nas câmaras de vereadores, assembleias legislativas e câmara de deputados querem um currículo que minimize nossos direitos. O espaço de autonomia para a construção de um currículo alternativo é a universidade”, afirma Maraux.
A professora Kiki Givigi discutiu as formas de resistência que devem ser desenvolvidas frente a um pensamento político higienizador que se consolida nas micropolíticas do cotidiano. Para sustentar esse debate público sobre Diversidade na Universidade, aponta Givigi, é preciso constituir espaços bem regulamentados que visibilizem as ações preconceituosas, racistas e misóginas que permeiam nossos Centros. “Ao chegarem na universidade, negros e negras, gays e lésbicas, homens e mulheres, criam formas de ser e de fazer nas suas respectivas práticas. Essas práticas requerem parâmetros ontológicos e epistemológicos novos para a universidade”, finaliza Givigi.
Ao longo do debate com a participação da plateia, os estudantes do Centro de Artes, Humanidades e Letras fizeram questões e também cobraram ações práticas para combater a LGBTfobia, machismo e racismo no Centro. O diretor do CAHL, professor Jorge Cardoso expressou a importância do tema para a Direção por ser uma questão reconhecida como legítima e importante, resultante também da avaliação coletiva no Centro e reiterou a decisão de seguir constituindo espaços políticos que combatam o desrespeito à diversidade.