Por volta dos anos de 1970, após uma grande cheia no riacho local, a força das águas surpreende os moradores de Piragiba ao fazer emergir do solo, no centro da vila, uma imensa quantidade de urnas funerárias indígenas muito antigas. No início dos anos 90 uma equipe de arqueólogos da Universidade Federal da Bahia é acionada para examinar os achados. Segue-se daí uma série de descobertas acerca das mais remotas ocupações humanas na região, da história da vila, bem como do cotidiano dos moradores de Piragiba. O contato dos pesquisadores com a comunidade é carregado de receios, expectativas, esperanças, bem como de muita curiosidade. Que são aqueles objetos? Há algum tesouro enterrado? São algumas das inúmeras perguntas que alimentam a imaginação de boa parte da comunidade. Toda a vila foi transformada em um imenso palco de pesquisas arqueológicas. A proximidade dos trabalhos dos arqueólogos com a rotina da vila favoreceu uma interação muito positiva. A curiosidade dos moradores, especialmente das crianças, foi um dos desafios da pesquisa e um dos principais elementos da descoberta. A parceria gerou resultados para além dos trabalhos arqueológicos. Um grupo de professores da escola local reúne seus alunos na praça da pequena Vila de Piragiba com a intenção de abordar a história da pesquisa arqueológica que ocorreu no centro do vilarejo. A movimentação chama a atenção dos adultos que também decidem em contar suas lembranças. A "grande aula" reacende as esperanças dos mais velhos no futuro da localidade ao mesmo tempo que sensibiliza o interesse das crianças sobre o tema. Projeto contemplado no Edital FAPESB 11/2011 - Apoio a Projetos de Pesquisa no Estado da Bahia.

 

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