Os desafios de se criar e do funcionamento de programas de pós-graduação foram debatidos no “Encontro do Curso de Comunicação com Programas de Pós-Graduação”, atividade de extensão promovida pela Comissão de Criação o Mestrado em Comunicação, na tarde da última segunda-feira (5/08), no auditório da Fundação Hansen, em Cachoeira. O objetivo do evento, que teve a participação de docentes e estudantes, foi obter informações para a elaboração de um projeto de pós-graduação na área na UFRB.
Os palestrantes foram os professores doutores que são atualmente coordenadores de dois programas de pós-graduação da UFBA, Edson Fernando Dalmonte, do Comunicação e Cultura Contemporâneas (Pós-Com/UFBA); e Adalberto Silva Santos, do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade (Pós-cultura/UFBA); e do ex-coordenador do mestrado em Ciências Sociais da UFRB, Osmundo Pinho. A mesa-redonda contou ainda com a presença do gestor de Pesquisa do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), Carlos Alberto Costa.
Dalmonte e Santos apresentaram alguns dados de seus programas, como linhas de pesquisas, número de alunos de mestrado e doutorado, seleção, número de disciplinas e de bolsas. E destacaram com muita ênfase, para a criação de um curso de mestrado, a necessidade de um corpo docente muito comprometido, que assuma as responsabilidades de produção acadêmica para atender às diretrizes estabelecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Produção acadêmica
A produção acadêmica do corpo docente, que deve ser a publicação de duas unidades por ano (dois artigos em revistas científicas, ou capítulos de livros ou livros), foi apontada como uma das dificuldades. “A Capes faz uma avaliação periódica da área e o programa é avaliado com nota entre 2 e 7. O de nota 2 é fechado”, disse Santos. A efetividade dos grupos de pesquisas, nos quais estão inseridos os docentes do programa, também é outro quesito importante.
Dalmonte disse que é preciso ter uma visão clara do que vai ser o programa proposto: se vai ser mestrado acadêmico ou profissional. Como há programas de pós da área próximos, na capital, em Salvador, é importante buscar um perfil para o projeto que seja específico, que construa uma marca distintiva do programa em Comunicação em Cachoeira. Por exemplo, o Pós-com/UFBA tem ênfase em cibercultura.
Já Osmundo Pinho falou sobre as dificuldades de se enfrentar a burocracia, principalmente em uma instituição nova como a UFRB, na qual as pessoas ainda estão aprendendo sobre os trâmites. “É importante refletir sobre o que a região espera de nós”, ressaltou.
O gestor de Pesquisa, Carlos Costa, acrescentou que o CAHL tem oito cursos de graduação; 26 grupos de pesquisa; 124 docentes, sendo 55% com doutorado; e 1,8 mil estudantes. “A UFRB está em expansão e trabalhamos nisso. Buscamos espaços, estamos elaborando um plano de capacitação docente, com foco nos mestres para que se tornem doutores”, completou.
A Comissão de Mestrado, composta pelos professores do curso de Comunicação da UFRB, Jorge Cardoso, Renata Pitombo e Hérica Lene, avaliou positivamente a realização do evento, que teve um público de aproximadamente 50 pessoas. “Foi importante o encontro, pois evidenciou alguns problemas que teremos de solucionar antes mesmo da proposição, assim como alguns desafios. Houve um bom público, principalmente pela presença dos estudantes”, analisou Cardoso, que disse sentir falta de “uma presença mais forte” dos docentes do CAHL.
Da esquerda para a direita: Edson Dalmonte, Osmundo Pinho, Renata Pitombo, Adalberto Silva Santos e Carlos Costa
Assessoria de Comunicação do CAHL – ASCOM-CAHL
Professoras orientadoras: Rachel Neuberger, Hérica Lene e Jussara Maia
Técnica-administrativa: Lelia Sampaio
Estudantes de jornalismo: Ana Paula Santos, Drielle Costa, Laís Sousa e Naiara Moura
