Livro revela faceta pouco conhecida da obra de Rubem Braga
Estudo inédito sobre o cronista Rubem Braga será lançado na quinta-feira, 4 de julho, a partir das 17h, na Academia de Letras da Bahia (ALB), Avenida Joana Angélica, 198, Nazaré, Salvador, BA. Trata-se do livro Rubem Braga: um escritor combativo – a outra face do cronista lírico, de Carlos Ribeiro, estudioso da obra do cronista, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e membro da ALB. O lançamento acontecerá após a mesa redonda “Rubem Braga: escritor múltiplo”, com a participação de Antonia Herrera, ensaísta e professora de Teoria da Literatura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A edição é da Booklink Publicações, do Rio de Janeiro (www.booklink.com.br).
Carlos Ribeiro mostra um lado da obra de Braga que ficou um pouco à sombra, e precisa ser visitado e revisitado. O livro mostra a outra face do cronista lírico, permanentemente preocupado com a justiça social – um Braga solidário, que sempre condenou desvarios cometidos no país em prejuízo da sua população, especialmente aquela de menor poder econômico. Nesse campo, Braga exercitou-se com rigor, sem perder a ternura. Franco-atirador, sem qualquer compromisso com ideologias ou partidos políticos, ele nunca deixou de registrar os maus tratos cotidianos dos governos contra a coisa pública e os cidadãos. Fazia isso com a autoridade de quem jamais comungou de ideologias totalitárias de esquerda ou de direita; era essencialmente um democrata, a cujo olhar perspicaz nada escapava, quando estava em jogo o respeito à vida, à justiça, à natureza. Foi a voz dos que não a tinham. Vale a pena conhecer esse lado da obra do escritor, até agora mais valorizada pelos asp ectos líricos do que pelo conteúdo social.
A Booklink Publicações se orgulha desse lançamento, especialmente por ele acontecer no ano em que é comemorado o centenário de nascimento de Rubem, considerado por muitos críticos e escritores, como um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX e um “mestre da língua portuguesa. Para o poeta e crítico de literatura André Seffrin, “Ao detalhar vasta matéria ainda esparsa em periódicos não raro obscuros e quase inacessíveis, expõe Carlos Ribeiro a dívida imensa que acumulamos com nosso maior cronista”.