Elixir 3 - Entrê[s]tempos: a história como teoria da imitação, a imitação como teoria da história e a teoria como imitação da história

Convidamos todxs para o 3o encontro do ciclo Elixir no dia 23/10 (4a feira) às 19h no Auditório do CAHL. Teremos o seminário "Entrê[s]tempos: a história como teoria da imitação, a imitação como teoria da história e a teoria como imitação da história" com o historiador e pesquisador Fernando Baldraia, mediação do prof. Gabriel da Costa Ávila (CAHL -UFRB).

Ciclo Elixir- 3 

Elixir;! Nome que vem de preparo e composição. Poção rumo a vida longa e cheia de vitalidade. É nessa junção de vontades e pessoas que damos continuidade ao ciclo 2019.2 de seminários e encontros organizados pelos projetos de pesquisa e extensão África nas Artes e Práticas Desobedientes, do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.   Elixir; é também um pontapé inicial para a construção/fortalecimento de redes e geografias (in/trans) disciplinares que despontam, em diferentes partes do Brasil, entendendo a importância da ressignificação das noções de centralidade, conhecimento, criação e potencialização de saberes.

23/10 (4a feira) às 19h no Auditório do CAHL

Entrê[s]tempos: a história como teoria da imitação, a imitação como teoria da história e a teoria como imitação da história 

Tem aquela famosa do Marx, dizendo a história acontece primeiro como tragédia e se repete depois como farsa. Não se sabe qual seria o interesse dos processos históricos nesses caprichos estéticos teatralmente orientados. Em todo caso, dá pra pensar que pra meio mundo – ou mais – isso se dá ao revés: a história (do “Ocidente”) que participamos era uma farsa que na tentativa de ser repetida aqui nos tais trópicos, virou tragédia!

Tragédia desde sempre apresentada na linguagem do atraso, da falta e da ausência: sempre o futuro ao qual não se chega; sempre o passado que nunca se abandona. Repetidamente.

Mas sem nenhuma passividade. A célebre reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro e a política oficial de embranquecimento via imigração europeia (em São Paulo) são apenas dois conhecidos exemplos de como as elites brasileiras imaginaram que replicando a Europa encetaríamos o caminho do progresso e poríamos em “nosso” passaporte o visto de entrada, anda que tardia, na era da modernidade. A zica é que, parafraseando Walter Benjamin, era nenhuma admite reprodutibilidade técnica. Retém sempre pra si a fonte de sua riqueza singular. No caso, tal riqueza provinha mesmo do saque, morticínio e escravização, termos subsumidos no que chamamos eufemisticamente de colonialismo (mas raramente de modernidade!).

Como pensar uma tal história sem alguma teoria da imitação? Como não pensar que uma tal imitação não constitua uma outra teoria da história? Como [dis]pensar a teoria dessa imitação da história?

Eis a estória que quererei contar em três tempos.

Bio

Fernando Baldraia concluiu seu bacharelado e licenciatura em História na Universidade de São Paulo em 2003. Não obstante, foi seu engajamento em organizações comunitárias de base na periferia de Osasco (São Paulo) e seu envolvimento com manifestações culturais afro-brasileiras o que o levou à Alemanha, como assistente em um grupo de capoeira. Lá, com auxílio de uma bolsa de estudos da Fundação Rosa Luxemburgo, cursou o mestrado em Estudos Interdisciplinares Latino-Americanos na Freie Universität Berlin (2012). Nesta mesma universidade, concluiu seu doutorado (2017), tendo como objeto o Atlântico Negro e a recente historiografia brasileira da escravidão. Atualmente é pós-doutorando no  programa Maria Sybilla Merian Centre - Conviviality- Inequality in Latin America.