IV CachoeiraDoc consolida Recôncavo Baiano no circuito de festivais
O IV CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira consolida o Recôncavo Baiano no circuito de festivais culturais. A quarta edição do evento acontece entre os dias 3 e 8 de setembro, no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na cidade de Cachoeira (localizada a 110 km de Salvador).
O festival busca fomentar a produção de documentários e a discussão sobre o gênero, por meio da exibição de filmes e realização de oficinas, debates e ciclo de conferências. No total, serão exibidos 41 documentários, entre curtas, médias e longas-metragens, muitos deles inéditos na Bahia e no Brasil. Os filmes integram as sessões especiais/première e mostras Competitiva, Cinema na Real, Áfricas: filmes de regresso e questões à terra natal, Recôncavo e Clássicos do Real: homenagem a Alexandre Robatto.
Na mostra Competitiva, foram inscritos 218 filmes de todas as regiões do país. Entre os 17 documentários selecionados, sendo 13 curtas e quatro longas-metragens, estão os baianos “Jessy”, dos diretores Rodrigo Luna, Ronei Jorge e Paula Lice, “Maria vai c’as vaca”, de Luara De, e “Procurando Rita”, de Evandro Freitas. Já a mostra que homenageia o cineasta baiano Alexandre Robatto vai exibir quatro de seus curtas e o documentário sobre sua vida “Os filmes que eu não fiz”, de Petrus Pires.
“As obras que buscamos exibir e por meio das quais conduzimos uma reflexão sobre o cinema e o mundo são aquelas que traduzem a multiplicidade e a constante renovação do documentário enquanto domínio cinematográfico”, explica Amaranta César, que coordena o festival em parceria com Ana Rosa Marques.
A abertura do festival acontece no dia 3, a partir das 19h, Praça d´Ajuda. O filme “A Vida sobre a Terra” (Mali/Mauritânia/França, 1998, 62min.), de Abderrahmane Sissako, integrante da Mostra Áfricas, será exibido ás 19h30. Em seguida, o público poderá conferir a apresentação musical do cantor e compositor cachoeirano, Mateus Aleluia.
Além das mostras, o festival promove gratuitamente um ciclo de conferências e as oficinas “Desenvolvimento de projeto de documentário”, ministrada por Aly Muritiba, e “Web Documentário”, com Diego de Jesus, Diogo Nunes e Laís Lima, do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário da UFRB.
Entre as conferências, ganham destaque “O real e a mise en scène”, do pesquisador e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, César Guimarães, que abordará as recentes passagens entre os regimes do documentário e da ficção, e “Alexandre Robatto, o pioneiro do cinema baiano”, com lançamento de box com filmes do cineasta restaurados. As debatedoras da mesa serão Sônia Robatto – atriz, escritora, fundadora do Teatro Vila velha e filha do cineasta; Ana Luisa Coimbra – mestre com a dissertação “Memória e Imagens da Bahia no Documentário de Alexandre Robatto Filho”; e Dayse Porto, jornalista e roteirista do filme “Os filmes que eu não fiz”.
“Há um apuro cuidadoso com as oficinas, as conferências e os debates. Nesses momentos, percebemos que há uma troca de experiência entre estudantes, cineastas, pesquisadores, professores e o público em geral. Ali, todos estão pensando e aprendendo juntos”, explica Ana Rosa, uma das coordenadoras do festival.
O festival conta ainda com as apresentações do Coletivo Xaréu e das festas Quarta dos Tambores, Cachoeira Jammin Session e Independência Discotecagem, produzido pelo pessoal do Baile Esquema Novo.
Nas edições anteriores, cerca de sete mil pessoas assistiram mais de 100 documentários. O festival é uma realização da Ritos Produções e do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário, do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, e conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia desde a sua primeira edição, em 2010.
Confira a programação completa aqui.