Salvador receberá, entre os dias 5 e 7 de dezembro, a sétima edição do Festival Paisagem Sonora, iniciativa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) que se consolida como política de cultura, memória e formação. As atividades, todas gratuitas, acontecerão na Casa Rosa, no Rio Vermelho, e no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, reunindo debates, lançamentos editoriais, exposições e apresentações artísticas.
Com o tema “Organizações da Resistência”, a edição de 2025 homenageia o artista plástico, carnavalesco, designer e serígrafo Alberto Pitta. O artista participará da abertura oficial com uma exposição dedicada à sua trajetória e integrará a mesa “Reconfiguração do Carnaval Negro”, ao lado de Afrocidade, Rogério Oliveira e Giba Gonçalves. A programação também inclui o lançamento do livro Alberto Pitta: FúnFún DúDú, fruto de pesquisa desenvolvida pelo programa ao longo do ano.
Com mais de quatro décadas de atuação, Pitta é referência nacional por vestir blocos afros como Ilê Aiyê, Olodum, Filhos de Gandhy e o Cortejo Afro. Sua linguagem visual, marcada pelas vivências no candomblé e pela herança familiar, transformou o tecido em território simbólico e educativo. “Quando você chega nesse lugar da universidade, da academia te ver e ver importância no seu trabalho, fazer esse reconhecimento, óbvio que a gente fica feliz com isso. O Paisagem Sonora tem importância enorme nesse diálogo entre a academia e os artistas do nosso povo”, destaca Pitta.
Criado na UFRB, o Paisagem Sonora articula ensino, pesquisa e extensão e já ocorreu em Santo Amaro e Cachoeira em edições anteriores. Para o Pró-Reitor de Extensão e Cultura e curador do festival, Danillo Barata, a iniciativa reforça o compromisso da universidade com a democratização do acesso à cultura e com a valorização das matrizes afro-brasileiras do Recôncavo. “Os principais resultados são a formação qualificada de estudantes e docentes, a produção de livros e registros audiovisuais, o fortalecimento de redes com escolas, terreiros e coletivos, a dinamização da economia criativa e o aumento da visibilidade institucional dentro e fora da Bahia”, afirma.
A programação do festival incluirá seminários sobre políticas de equidade, criação musical, educação antirracista, memória e afrofuturismo, com participação de Zara Figueiredo, Arto Lindsay, Alê Siqueira, Nancy Viegas, Afrocidade, Anelis Assumpção e Lazzo Matumbi. Serão lançadas obras do Selo Editorial Anjo Negro, como Mateus Aleluia – Nações do Candomblé, Bembé do Mercado e o box dos Cadernos de Educação do Ilê Aiyê.
No Ilê Axé Opô Afonjá, também haverá o lançamento de livro e documentário em homenagem aos 100 anos de Mãe Stella de Oxóssi.
A programação artística reunirá apresentações do Cortejo Afro com Arto Lindsay, Afrocidade, Filhos de Gandhy, Attoxxá, Márcia Castro, Ilê Aiyê e Lazzo Matumbi, que convidará Anelis Assumpção para o encerramento. Performances de DJs, VJs e alabês completarão o circuito.
O Festival Paisagem Sonora 2025 é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFRB, com apoio da SECADI/MEC e da Fundação Cultural Palmares e Ministério da Cultura.
Saiba mais em: festivalpaisagemsonora.org