UFRB contribui para avanços do MeDiNa e com a viabilização da nova versão 2.0
- Software nacional de dimensionamento de pavimentos asfálticos recebe ajustes desenvolvidos por pesquisadores da UFRB
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por meio do Laboratório de Pavimentação (PaveLab) do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC/UFRB), desempenhou um papel relevante na atualização do MeDiNa, viabilizando a nova versão 2.0 do Método de Dimensionamento Nacional de Pavimentos Asfálticos. O software, lançado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), integra contribuições científicas produzidas dentro da UFRB.
O MeDiNa é um software cuja primeira versão oficial foi lançada pelo DNIT em 2020. Ele auxilia engenheiros a definir a espessura e a composição das camadas de pavimentos asfálticos, com base na Mecânica dos Pavimentos, no comportamento real dos materiais e no tráfego previsto para a rodovia. Em outras palavras, trata-se de uma ferramenta que permite projetar pavimentos mais duráveis, econômicos e adequados às condições brasileiras, substituindo o antigo método do CBR, utilizado desde a década de 1960. Com ele, é possível analisar tensões, deformações, vida útil e desempenho esperado das estruturas de pavimento.
A versão MeDiNa 2.0 incorporou ajustes significativos em relação à versão anterior, incluindo a alteração da função sigmoide utilizada no código — fundamentada em uma metodologia proposta pelo professor e pesquisador da UFRB, Mário Sérgio Almeida, também vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Estadual de Feira de Santana (PPGECEA/UEFS).. A nova formulação corrige limitações observadas na versão original do método e fornece uma representação mais fiel do comportamento dos pavimentos brasileiros.
Segundo o pesquisador, os avanços do MeDiNa 2.0 representam uma evolução significativa para o dimensionamento de pavimentos no país. “A nova função sigmoide aproxima com mais precisão o comportamento previsto pelo método do comportamento real observado nas rodovias federais. Esses ajustes tornam o dimensionamento mais racional e alinhado às condições brasileiras,” afirma.
Ele destaca que o trabalho no PaveLab é desenvolvido em parceria com outros docentes, como Weiner Costa, professor do CETEC/UFRB e vinculado ao PPGECEA/UEFS. Almeida também ressalta a forte atuação do laboratório no programa nacional de monitoramento de trechos reais. “O MeDiNa requer aprimoramento contínuo. O PRO-MeDiNa é fundamental nesse processo, e 15 dos 34 segmentos experimentais do país estão na Bahia sob gestão do PaveLab”, complementa.
Impacto na formação acadêmica
A atuação do PaveLab, especialmente em projetos ligados ao MeDiNa, tem permitido que estudantes de graduação e pós-graduação vivenciem experiências práticas diretamente ligadas à infraestrutura rodoviária. O mestrando Paulo Lemos (PPGECEA/UEFS), que realiza parte de sua pesquisa no laboratório, ressalta a importância das melhorias incorporadas ao software.
“A versão 2.0 nasce de uma necessidade real: na versão original, a função utilizada não representava adequadamente o comportamento dos pavimentos brasileiros e levava a superdimensionamentos. O ajuste proposto pelo professor Mário Sèrgio deixou o método mais coerente com a realidade,” explica.
Ele reforça que o propósito do MeDiNa permanece o mesmo, mas agora com maior precisão. “O MeDiNa 2.0 continua sendo uma ferramenta de dimensionamento, mas agora dispõe de uma metodologia mais apropriada e de um banco de dados ampliado. Além disso, já trabalhamos junto ao DNIT na etapa de calibração, que deverá resultar em atualizações contínuas do MeDiNa” acrescenta.
A participação da UFRB na viabilização do MeDiNa 2.0 reforça o papel estratégico da universidade na modernização das ferramentas utilizadas no setor rodoviário brasileiro. Os avanços incorporados ao software ampliam a precisão dos projetos e contribuem para o desenvolvimento de pavimentos mais eficientes em todo o país.
