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Inovação

UFRB alcança recorde histórico de depósitos de patentes em 2025 e avança na cultura de inovação

25/11/25 09:12 , 27/11/25 16:53 | 623
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O ano de 2025 promete entrar para a história da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) com um marco significativo na proteção de propriedade intelectual. Já com 16 pedidos de patente protocolados junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), a expectativa é que esse número chegue a 20 até o final do ano. Esse recorde supera todos os registros anteriores da instituição, consolidando a crescente cultura de proteção intelectual na UFRB.

De acordo com Nilson Weisheimer, coordenador da Coordenação de Criação e Inovação (CINOVA), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação (PPGCI), o mérito por esse avanço é dos pesquisadores da UFRB que, com suas pesquisas e descobertas, estão ampliando o portfólio de ativos intelectuais protegidos pela Universidade. O coordenador destaca, ainda, a importância das políticas institucionais que vêm sendo implementadas, como a Resolução CONSUNI nº 21/2024, que instituiu uma nova política de proteção de direitos sobre criações e invenções, e a atuação ativa da coordenação nesse processo.

Weisheimer também cita a realização de eventos como o FINEP DAY, Meetup Summit Recôncavo, ambos em 2024, e o Simpósio de Empreendedorismo e Inovação no Recôncavo (SEIRECON) em 2025, como ações da política de inovação promovida pela coordenação. “Essas iniciativas, somadas ao trabalho de comunicação, como a publicação da Vitrine Tecnológica e do CINOVA INFORMA, buscaram aproximar a CINOVA da comunidade científica e fortalecer a cultura de proteção intelectual na UFRB”, complementa o coordenador. 

Etapas do processo de patente na UFRB

Maurício de Nantes, responsável pelo Núcleo de Propriedade Intelectual (NPI) da CINOVA, explica que a UFRB oferece um acompanhamento completo aos pesquisadores, “desde a identificação do potencial inovador até o depósito final do pedido”. Esse suporte envolve etapas como análise da inovação, buscas de anterioridade, orientações técnica e jurídica, apoio na redação do pedido, mentorias especializadas com o INPI, além de  revisão e acompanhamento do processo.

Segundo ele, esse conjunto de ações garante segurança ao pesquisador e aumenta significativamente a qualidade dos pedidos de proteção intelectual da UFRB. Porém, ainda há desafios a serem superados no caminho até o depósito. Entre os principais, Nantes cita a complexidade técnica e jurídica da redação, as demandas de documentação e tempo, os custos de manutenção do processo e as constantes mudanças regulatórias.

Esses obstáculos evidenciam, de acordo com o responsável pelo NPI, “a importância do trabalho sistemático da CINOVA, que vem fortalecendo a política institucional de inovação e contribuindo diretamente para que a UFRB alcançasse, em 2025, o maior número de depósitos de patentes de sua história”.

Diversidade nos registros de patentes

Os pedidos de patente protocolados pela UFRB refletem a diversidade da produção científica da universidade. Pesquisas em áreas como Ciências Agrárias, Saúde, Biotecnologia e Energia Renovável se destacam, mas há também registros de outras áreas do conhecimento. Essa pluralidade demonstra o caráter interdisciplinar da pesquisa realizada e evidencia a maturidade do ecossistema de inovação da instituição.

A professora Keila Machado Medeiros, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS/UFRB), responsável por uma das tecnologias recentemente patenteadas — um sistema inovador para testes de eficiência de membranas filtrantes — destaca que o avanço no número de depósitos de patentes na UFRB é resultado da combinação de esforços institucionais, estruturais e humanos. Para ela, a dedicação dos docentes em desenvolver soluções tecnológicas para demandas reais impulsiona pesquisas aplicadas com alto potencial de inovação, ao mesmo tempo em que a disseminação da cultura de proteção intelectual tem sensibilizado a comunidade acadêmica sobre a importância do patenteamento.

Segundo Keila, a integração entre centros, cursos e grupos de pesquisa, além da colaboração com outras instituições e empresas, tem permitido o desenvolvimento de tecnologias mais robustas e aplicáveis ao mercado. Esse movimento, afirma, transforma o ambiente acadêmico ao inspirar novos pesquisadores, fortalecer competências como pensamento crítico e empreendedorismo nos estudantes e consolidar a UFRB como um espaço de geração de conhecimento aplicado e de impacto social.

“A presença de tecnologias patenteadas dentro da UFRB mostra que ideias inovadoras podem se tornar soluções reais, criando um ciclo virtuoso que motiva professores, técnicos e estudantes a enxergar a inovação como uma possibilidade concreta e parte natural da formação científica”, declara a pesquisadora.

Um outro exemplo de patente registrado em 2025  refere-se a um processo de produção de nematicida a partir do resíduo líquido de sisal, desenvolvido para o controle de fitonematoides que afetam culturas de relevância econômica. A tecnologia, de autoria da  professora Ana Firmino, do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB/UFRB), transforma o resíduo do desfibramento das folhas em um pó molhável estável, que pode ser armazenado à temperatura ambiente e, quando aplicado ao solo, apresenta comprovada ação contra espécies como Meloidogyne incognita, M. javanica, M. enterolobii, Pratylenchus coffeae, Radopholus similis e Helicotylenchus multicinctus.

O desenvolvimento da patente é fruto de duas teses e duas dissertações do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias e evidencia o papel da estrutura institucional no avanço da proteção intelectual. Firmino ratifica a atuação da CINOVA, e destaca também o impacto do apoio financeiro de agências como FINEP, FAPESB, CAPES e CNPq.

Segundo a pesquisadora, o aumento no número de depósitos de patentes na UFRB  demonstra a maturidade da pesquisa na instituição, além de ser “um estímulo muito grande para estudantes se envolverem com a pesquisa científica e verem o resultado de seus estudos e o impacto que podem ter na sociedade. Também contribui para o nosso currículo e a aprovação de projetos de pesquisa e Inovação“, avalia. 

Cultura da Inovação na vida acadêmica

Apostando em um trabalho mais próximo dos pesquisadores, Nilson Weisheimer, da CINOVA, acredita que o fortalecimento do processo de inovação e patenteamento na UFRB tem gerado um ambiente acadêmico mais dinâmico e motivador. “O aumento no número de patentes tem transformado a UFRB em um espaço de geração de conhecimento aplicado, de impacto social e de grande relevância para a sociedade. Os discentes que participam desses projetos de inovação desenvolvem competências essenciais, como pensamento crítico, empreendedorismo, redação técnica e trabalho em equipe. Isso os prepara melhor para o mercado de trabalho e fortalece a integração entre a academia e o setor produtivo”, afirma o coordenador da CINOVA.

Acesse a página da CINOVA para consultar a lista de patentes e acompanhar as novidades da inovação da UFRB.

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