A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) anuncia o lançamento do I Prêmio Nacional Xica Manicongo. A iniciativa tem como objetivo valorizar, reconhecer e dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por organizações sociais lideradas por mulheres travestis e trans negras no combate ao racismo, à transfobia e na promoção de direitos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e plural.
Ao todo, serão contempladas 16 organizações sociais lideradas por mulheres travestis e trans negras, que receberão a premiação em dinheiro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas, exclusivamente, por meio de Formulário Eletrônico, no período de 23 de novembro de 2025 até às 23h59 de 14 de dezembro de 2025.
Os critérios e condições de participação estão detalhados no Edital nº 13/2025 - Edital Xica Manicongo - Resgate, Alianças e Reparações para Mulheres Trans e Travestis Negras: I Prêmio Nacional Xica Manicongo.
As categorias e valores da premiação são:
| Categoria | Qte | Valor líquido (R$) | Valor bruto unitário (R$) | Valor bruto total (R$) |
| a. Nacional - Organizações Sociais lideradas por Mulheres Travestis e Trans Negras com ações e articulações em mais de um estado da federação. | 1 | 260.000,00 | 371.428,57 | 371.428,57 |
| b. Regional - Organizações Sociais lideradas por Mulheres Travestis e Trans Negras com incidência predominante em um estado ou distrito federal. | 5 | 25.000,00 | 35.714,29 | 178.571,45 |
|
c. Municipal - Organizações Sociais lideradas por Mulheres Travestis e Trans Negras com ações voltadas a um município ou território específico. |
10 | 13.825,00 | 19.750,00 |
197.500,00 |
| Total | 16 | - | - | 747.500,02 |
O prêmio é promovido pela UFRB por intermédio do Observatório Diversifica: Inclusão e Diversidade na Educação e da Fundação Escola Politécnica da Bahia (FEP), em parceria com a Diretoria de Articulação Interfederativa da Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SENAPIR) do Ministério da Igualdade Racial (MIR).
Quem foi Xica Manicongo
Xica Manicongo é reconhecida como a primeira travesti não-indígena registrada no Brasil. Vinda do Congo como pessoa escravizada no século XVI e levada para Salvador (BA), tornou-se símbolo de resistência ao desafiar as normas de gênero impostas à época. Perseguida por se recusar a usar vestimentas masculinas e acusada de homossexualidade e heresia, teve seu nome reabilitado como Xica, em respeito à sua identidade de gênero.
Confira o Edital.
Acompanhe as etapas da premiação na página do Diversifica.