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Inovação

UFRB registra patente de polímero biodegradável em parceria com escola estadual

Iniciativa inédita marca avanço na inovação tecnológica com foco em sustentabilidade e integração entre ensino superior e educação básica.
06/08/25 08:19 , 07/08/25 10:25 | 1219
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A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e o Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal II, de Araci (CETEP Araci), acabam de protagonizar um marco na história da inovação na Bahia ao realizarem o primeiro depósito de patente em cotitularidade entre uma universidade e uma escola da rede pública estadual.

A tecnologia desenvolvida, intitulada “Bioplástico Biodegradável com Resistência Térmica à Base da Agave Sisalana”, tem como matéria-prima o sisal, planta abundante no semiárido baiano, e busca oferecer uma alternativa sustentável e de alto desempenho térmico para aplicações industriais, contribuindo para a redução do uso de plásticos derivados de petróleo e o melhor aproveitamento de resíduos do sisal.

O pedido de patente foi protocolado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e representa um avanço significativo para a inovação tecnológica no estado, ao integrar saberes científicos e técnicos em uma proposta concreta de impacto ambiental, conectando ensino superior e ensino médio técnico.

A reitora da UFRB, Georgina Gonçalves, destacou a importância do feito para o fortalecimento de uma cultura de inovação que emerge dos contextos locais. “Esta conquista evidencia a força transformadora da colaboração, ampliando o alcance do conhecimento científico e promovendo inovações com impacto direto na sociedade. A inovação protegida fortalece a formação científica de estudantes e contribui para um desenvolvimento social mais justo, inclusivo e conectado às demandas dos territórios”, disse.

Colaboração entre ensino médio técnico e universidade

O projeto teve início em 2022, como uma atividade prática conduzida pela professora Pachiele Cabral com as estudantes Sarah Moura Cruz e Isabel Silva Oliveira, no CETEP de Araci. A ideia inicial era desenvolver luvas descartáveis biodegradáveis a partir do sisal. Os protótipos levaram em consideração impactos ambientais, causados pelo descarte de luvas de látex; questões de saúde, ao propor uma alternativa para a alergia ao látex, e a valorização dos recursos locais, ao aproveitar partes subutilizadas da planta, mas com potencial econômico.

Professora Pachiele Cabral (ao centro) com as estudantes Sarah Moura e Isabel Oliveira. Foto: Ascom/Secti.

Em 2024, Pachiele ingressou no Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (ProfNIT) da UFRB, sob orientação dos professores Carine Tondo Alves e Luciano Hocevar. A partir daí, o projeto foi ampliado e passou a ser desenvolvido no Laboratório de Biomassa do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), campus da UFRB em Feira de Santana.

Professora Carine Tondo e professor Luciano Hocevar.

De acordo com o professor Hocevar, essa nova etapa foi fundamental para o depósito da patente, pois o trabalho “ganhou robustez técnica e foco no desenvolvimento do polímero biodegradável em si, indo além do produto inicial”. A patente foi depositada em nome dos cinco inventores: Pachiele Cabral, Sarah Moura Cruz e Isabel Silva Oliveira, representando o CETEP Araci, e Carine Tondo Alves e Luciano Hocevar, representando a UFRB.

Parcerias que fortalecem a cultura da inovação

A elaboração do pedido de patente contou com o apoio decisivo da Coordenação de Criação e Inovação (CINOVA) e dos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Inovação e Modelagem em Materiais e do Laboratório de Biomassa da UFRB e de técnicos do INPI, como Hélio Santa Rosa, mentor no processo, e Viviane Gomes, que atuou na articulação institucional.

O coordenador da CINOVA, Nilson Weisheimer, destaca que o resultado “simboliza a força da ciência colaborativa, o protagonismo dos nossos docentes e estudantes e a capacidade das instituições públicas de produzir soluções criativas enraizadas nas realidades dos territórios”. Para ele, este é um exemplo concreto do papel estratégico da universidade na indução da cultura da propriedade intelectual desde a base da formação educacional. “Mais do que um avanço técnico, é a afirmação da nossa política de inovação, que busca a cooperação ampla, a diversidade de saberes e reafirma o compromisso da UFRB com a construção de inovação para o bem comum", declarou.

Com informações da Secti.

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