Fechar

replica rolex

Página inicial Notícias Documentário sobre babalorixá Pai Pote será lançado em Santo Amaro, dia 16, com apoio da UFRB
Lançamento

Documentário sobre babalorixá Pai Pote será lançado em Santo Amaro, dia 16, com apoio da UFRB

07/05/25 17:40 , 07/05/25 17:55 | 451
imagem sem descrição.

O documentário “Pai Pote, o filho de Ogum”, primeiro filme de longa metragem realizado em Santo Amaro e dirigido por uma santamarense, a cineasta Laís Lima, terá sua exibição de pré-estreia em praça pública da cidade localizada no Recôncavo baiano. O lançamento acontece na sexta-feira, dia 16 de maio, às 18h, na Praça da Purificação de Santo Amaro, com apoio da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

O documentário aborda a história da vida de José Raimundo Lima Chaves, conhecido mundialmente como Pai Pote, um homem negro, gay e babalorixá de Santo Amaro. Com 40 anos de dedicação ao Candomblé, a liderança religiosa é responsável por disseminar a cultura do Recôncavo, da Bahia e da religião de matriz africana em diversos países do mundo, como Estados Unidos, Portugal, França, Alemanha, entre outros.

“A relação que eu tenho com o Candomblé é uma relação oriunda do meu nascimento, do meu cotidiano, da minha vida, do meu pai e da minha mãe, dos meus vizinhos, da minha família e da cidade que eu nasci. É uma relação de amor, carinho e de pureza. De comprometimento com a ancestralidade, com os Orixás, com a natureza”, declara Pai Pote, que faz questão de enfatizar sua relação com a cultura e energia do povo negro em toda a sua trajetória. “Eu nasci nessa diáspora que trouxeram para cá para o Brasil”, destaca o pai de santo.

“É Ogum quem governa a vida e destino de Pai Pote, sua relação com o orixá já mostrava sinais desde o seu nascimento. Ele nasceu onde existe uma linha de trem de ferro, na Rua Barão de Vila Viçosa, que é conhecida como Rua da Linha da Rede Ferroviária Federal, e Ogum é o orixá dono das estradas de ferro e dos caminhos”, explica Laís Lima, que é neta de santo do babalorixá. A ideia de fazer um filme sobre ele surgiu a partir de encontros em outros trabalhos de sua carreira como cineasta, em que realizou registros audiovisuais sobre o Bembé do Mercado e personagens importantes dessa celebração religiosa e cultural que ocorre em Santo Amaro.

Um dos mais importantes ativistas pelo reconhecimento e valorização do Bembé do Mercado, Pai Pote tem sido fundamental para garantir a preservação dessa manifestação secular, que em 2025 completa 136 anos. Hoje, o Bembé é Patrimônio Imaterial da Bahia, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), e do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Tudo isso graças aos esforços do babalorixá, que é o presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado desde a sua fundação. Por meio dessa entidade, ele está em diálogo com a UNESCO para que reconheça o Bembé como patrimônio da humanidade.

Narrativa do filme

A condução narrativa do filme se baseia em três grandes eventos anuais da agenda de Pai Pote, são eles: a Lavagem da Purificação que acontece em meio aos festejos sagrados e profanos de Nossa Senhora da Purificação, no final do mês de janeiro, quando Pai Pote conduz o cortejo das baianas pelas ruas da cidade; o Bembé do Mercado, que acontece sempre em dias próximos ao 13 de maio, data do seu primeiro acontecimento; e a Lavagem de La Madeleine em Paris, onde Pai Pote participa como principal liderança religiosa desde a sua primeira edição no ano de 2001.

“Fazer cinema documentário é um ofício cheio de desafios e filmar festejos importantes tem seu peso. Quando escrevi a proposta do filme, já imaginei que acompanhar um ano na vida de Pai Pote teria uma agenda bastante movimentada. Filmamos em Santo Amaro, em Paris e também na 1ª Caminhada contra a Intolerância Religiosa de Lisboa”, conta Laís, que ficou impressionada com a grandiosidade de Pai Pote e seu trabalho incansável em defesa do Bembé do Mercado. “Lembro quando estávamos na UNESCO, com a embaixadora do Brasil na entidade. Nós estávamos ali num lugar que pouca gente tem acesso e ele tornou tudo isso possível. Como um bom homem de Ogum, ele abre caminhos”, diz.

Apoio e financiamento

O filme é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através do edital da Lei Paulo Gustavo. Tem apoio da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) e do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), campus de Santo Amaro.

A cineasta Laís Lima é egressa da UFRB, dos cursos de pós-graduação em Cidadania e Ambientes Culturais do Cecult e da graduação em Cinema, vinculada ao Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira, onde também foi professora substituta. 

A equipe do documentário é formada majoritariamente por mulheres, que assumem funções importantes dentro do projeto, como direção, produção executiva, direção de fotografia dentre outras. As filhas e filhos de santo de Pai Pote também compõem a equipe de produção do filme. 

Na dúvida, fale conosco!