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I Festival de Múltiplas Sexualidades: CFP discute diversidade sexual em Amargosa

18/05/12 16:19 , 13/01/16 15:47 | 1871

"A nossa luta é todo dia, contra o racismo, o machismo e a homofobia". O grito de guerra emitido durante o segundo dia do I Festival de Múltiplas Sexualidades da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) resume o ideal do evento, sediado em seu segundo dia, 16 de maio, pelo Centro de Formação de Professores (CFP), campus de Amargosa.

Expressões artísticas marcaram a manhã do festival na cidade localizada a 235 km de Salvador. A tenda arco-íris coloriu a praça do bosque, no centro de Amargosa, com o estande "saúde e sexualidade" que distribuía planfetos e camisinhas aos moradores do município. Já no período da noite, ocorreu a abertura do Festival na cidade. No local, o reitor Paulo Gabriel Nacif; o vice-reitor Silvio Soglia; o diretor do CFP, Clarivaldo Souza; o pró-reitor de Políticas afirmativas e assuntos estudantis, Ronaldo Barros; o presidente do GAMAR LGBT, Hildeval Aragão; Ana Rita Santiago, pró-reitora de extensão; e a coordenadora de Políticas Afirmativas, Denize Ribeiro.

"A Bahia pelo sexto ano consecutivo bateu o recorde nacional de assassinatos contra homossexuais. Isso tem que ser combatido. Somos todos iguais", refletiu o presidente do GAMAR, Hildeval Aragão. O reitor Paulo Gabriel, por sua vez, destacou o papel da universidade, em especial da UFRB, como forte instrumento na luta dos direitos humanos. As características sociais da cidade de Amargosa também foram abordadas por Ana Rita Santiago, pró-reitora de extensão, que falou ainda da necessidade de políticas públicas e ações institucionais no combate a intolerância sexual.

Na opinião de Ítalo Almeida, estudante do 3º semestre do curso de matemática, o festival aborda um tema bastante atual e aponta sua relevância no ambiente acadêmico, em especial, na área de formações de professores: "futuramente, teremos que trabalhar esses temas em salas de aula". "A UFRB consegue quebrar os muros da academia e se inserir na comunidade. Trazer temas como o da múltiplas sexualidades para uma cidade do interior, a exemplo de Amargosa, amplia o debate", opina Van Couto, discente do 4º semestre de filosofia.

A programação do festival em Amargosa contou ainda com o babado acadêmico e a temática "Educação e currículo: um espaço para a diversidade sexual e racial?". O palestrante Alexsandro Rodrigues, professor da Universidade do Espírito Santo, falou de sexualidade, utilizando a escola e seus sujeitos como referência. "Precisamos aprender a ouvir a relva crescer", assinalou Rodrigues ao falar da necessidade de trabalhar uma política de amizades entre os alunos. Junto com ele, Millena Passos da associação de travestis de Salvador falou sobre suas experiências pessoais na luta contra a intolerância sexual. "Muitos professores não entendem e expulsam indiretamente o aluno, aconteceu isso comigo", revelou.

"Essa intolerância com o outro é um elemento que segrega, violenta e mata", destacou a coordenadora do Núcleo de Gênero, Diversidade Sexual e Educação e idealizadora do Festival, Ana Cristina Givigi (Kiki). Para ela, o evento é uma luta de repúdio a todos os tipos de intolerâcia. Em sua opinião, a cada nova versão, o festival vai crescer e tornar o diálogo com os movimentos sociais ainda mais forte.

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