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Cultura

Mulheres Negras no Rock: Protagonismo, Resistência e Legado

Julho das Pretas: As Mulheres Negras que Criaram o Rock

No mês do Julho das Pretas e no Dia Mundial do Rock (13/07), a Biblioteca Universitária Zilda Paim – CECULT/UFRB convida à escuta e ao reconhecimento: o rock é feminino e nasceu da resistência.

O protagonismo das mulheres negras no rock atravessa décadas, mesmo que muitas dessas artistas tenham sido pouco lembradas pela história oficial do gênero. Esta é uma oportunidade de reconhecimento e memória, celebrando aquelas que criaram, sustentaram e reinventaram o rock com talento, coragem e expressão.

Desde a década de 1930, mulheres negras vêm moldando os caminhos do rock com suas vozes potentes, performances arrebatadoras e sons que transbordam dor, liberdade e invenção. Esta matéria é um tributo a elas – fundadoras, pioneiras e visionárias.

Anos 1930: O nascimento do rock com Sister Rosetta Tharpe

  • Sister Rosetta Tharpe“Rock Me” (1938)
    Considerada a mãe do rock. Misturava gospel com riffs de guitarra elétrica, influenciando Elvis, Johnny Cash e muitos outros.

Apesar de seu papel essencial na criação do rock, Sister Rosetta Tharpe só foi oficialmente incluída no Rock and Roll Hall of Fame em 2018. O reconhecimento tardio evidencia a importância de revisitar e valorizar a contribuição dessas artistas à cultura musical global.

Anos 1950 e 60: Vozes poderosas, ritmos contagiantes

  • Big Mama Thornton“Hound Dog” (1952)
    Gravou o clássico anos antes de Elvis. Sua voz rasgada e presença intensa definiram o vocal rock.
  • LaVern Baker“Tweedlee Dee” (1954) e “Voodoo Voodoo” (1958)
    Ícone do R&B com humor, ritmo e voz marcante. “Voodoo Voodoo” é puro groove e antecipação do rock dançante.
  • Etta James“The Wallflower” (1955)
    Dona de um vocal carregado de emoção, mesclava blues, soul e rock com maestria.
  • Odetta“Hit or Miss” (1960)
    Cantora folk que influenciou Janis Joplin e Bob Dylan. Trazia uma força ancestral à música de protesto.
  • Gloria Jones“Tainted Love” (1964)
    Lançou a primeira versão do clássico, muito antes da releitura do Soft Cell. Soul direto, cru e ousado.
  • Tina Turner“River Deep – Mountain High” (1966)
    Uma das maiores performers da história. Energia, força e rock na veia.

Anos 1970: Funk, atitude e som revolucionário

  • Betty Davis“They Say I’m Different” (1974)
    Visionária do funk-rock experimental. Independente, sexy e subversiva.
  • Labelle“Lady Marmalade” (1974)
    Trio poderoso que misturou funk, soul e glam com estética afrofuturista.
  • Joyce Kennedy (Mother’s Finest) – “Baby Love” (1977)
    À frente de uma das primeiras bandas de black hard rock. Potência vocal e presença radical.

Anos 1980: Estéticas ousadas, som transgressor

  • Grace Jones“Walking in the Rain” (1981)
    Multitalentosa, desconstruiu padrões com sua estética andrógina, dançante e impactante.
  • Nona Hendryx“Transformation” (1983)
    Ex-integrante do Labelle, inovou no synth rock e no afrofuturismo pop.
  • Tracy Chapman“Fast Car” (1988)
    Canções sensíveis e políticas com voz suave e firme. Um clássico da geração.

Anos 1990: Vozes negras em destaque

  • Lisa Fischer“How Can I Ease the Pain” (1991)
    Vocalista de apoio dos Rolling Stones, também brilhou em carreira solo com técnica vocal impecável.

A resistência dessas artistas se manifesta em suas vozes, gestos, ritmos e narrativas. Suas músicas expressam força, fé, dor, liberdade e invenção. Celebrar essas mulheres é reconhecer uma herança cultural viva, potente e transformadora.

Ouça essas artistas na playlist da Biblioteca

Curada pela Biblioteca Universitária Zilda Paim – CECULT/UFRB, esta seleção reúne vozes que marcaram a história do rock e transformaram o som em instrumento de expressão, força e criação.

▶️ Playlist “Rainhas do Rock: O Som da Resistência” – Biblioteca Universitária Zilda Paim - CECULT

 

As mulheres negras não apenas cantaram o rock — elas criaram, sustentaram e desafiaram seus limites. Suas vozes ecoam nos riffs, nos palcos e na história. Que seus nomes não sejam mais apagados.

Julho das Pretas na Biblioteca CECULT é escuta, memória e celebração.

 

📌 Citação sugerida

HIRSCH, Lorena Araujo. Mulheres Negras no Rock: Protagonismo, Resistência e Legado. Biblioteca do CECULT/UFRB, 11 jul. 2025. Disponível em: https://www.ufrb.edu.br/bibliotecacecult/noticias/... . Acesso em: ___.

Fontes e referências

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