27 de janeiro, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto - Lembrar para não repetir
Há 76 anos, o Exército Vermelho libertava Auschwitz, na Polônia, o maior e mais terrível campo de concentração nazista onde milhares de judeus foram exterminados.
Todos os anos, no dia 27 de janeiro, celebra-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data faz referência à liberação, pelas tropas soviéticas, do Campo de Concentração e Extermínio Nazista Alemão de Auschwitz em 1945 e foi definida pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Auschwitz foi o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Hitler. Em suas câmaras de gás e crematórios foram mortas pelo menos um milhão de pessoas. No auge do Holocausto, em 1944, eram assassinadas seis mil pessoas por dia. Auschwitz tornou-se sinônimo do genocídio de judeus, sintos e roma e tantos outros grupos perseguidos pelos nazistas.
As tropas soviéticas chegaram a Auschwitz, hoje Polônia, na tarde de 27 de janeiro de 1945, um sábado. A forte resistência dos soldados alemães causou um saldo de 231 mortos entre os soviéticos. Oito mil prisioneiros foram libertados, a maioria em situação deplorável devido ao martírio que enfrentaram.
“Na chegada ao campo de concentração, um médico e um comandante questionavam a idade e o estado de saúde dos prisioneiros que chegavam”, contou Anita Lasker, uma das sobreviventes. Depois disso, as pessoas eram encaminhadas para a esquerda ou para a direita, ou seja, para os aposentos ou direto para o crematório. Quem alegasse qualquer problema estava, na realidade, assinando sua sentença de morte.
Holocausto
O regime nazista e seus colaboradores assassinaram cerca de 6 milhões de judeus, entre homens, mulheres e crianças, durante a Segunda Guerra Mundial, em um programa continental de destruição de todas as comunidades judaicas que fossem encontradas.
Guiada por uma ideologia fundamentalmente racista, a Alemanha nazista também perseguiu e matou milhões de outras pessoas por serem consideradas de “raça inferior”, e outras por razões políticas, ideológicas ou comportamentais, como ciganos, poloneses, homossexuais, deficientes, comunistas, testemunhas de Jeová, adventistas e entre outros.
Câmaras de gás e crematórios
Auschwitz-Birkenau foi criado em 1940, a cerca de 60 quilômetros da cidade polonesa de Cracóvia. Concebido inicialmente como centro para prisioneiros políticos, o complexo foi ampliado em 1941. Um ano mais tarde, a SS (Schutzstaffel) instituiu as câmaras de gás com o altamente tóxico Zyklon B. Usada em princípio para combater ratos e desinfetar navios, quando em contato com o ar a substância desenvolve gases que matam em questão de minutos. Os corpos eram incinerados em enormes crematórios.
Um dos médicos que decidiam quem iria para a câmara de gás era Josef Mengele. Segundo Lasker, ele se ocupava com pesquisas: “Levavam mulheres para o Bloco 10 em Auschwitz. Lá, elas eram esterilizadas, isto é, se faziam com elas experiências como se costuma fazer com porquinhos da Índia. Além disso, faziam experiências com gêmeos: quase lhes arrancavam a língua, abriam o nariz, coisas deste tipo…”
Trabalhar até cair
Os que sobrevivessem eram obrigados a trabalhos forçados. O conglomerado IG Farben, por exemplo, abriu um centro de produção em Auschwitz-Monowitz. Em sua volta, instalaram-se outras firmas, como a Krupp. Ali, a expectativa de vida dos trabalhadores era de três meses, explica a sobrevivente.
“A cada semana era feita uma triagem”, relata a sobrevivente Charlotte Grunow. “As pessoas tinham de ficar paradas durante várias horas diante de seus blocos. Aí chegava Mengele, o médico da SS. Com um simples gesto, ele determinava o fim de uma vida com que não simpatizasse.”
"Seria um erro perigoso pensar no Holocausto como simplesmente o resultado da insanidade de um grupo de nazistas criminosos. Pelo contrário, o Holocausto foi o culminar de milênios de ódio e discriminação visando os judeus, o que nós agora chamamos antissemitismo", afirma António Guterres, secretário-geral da ONU.
“Nós, os últimos sobreviventes do Holocausto, estamos desaparecendo um a um. Em breve, a história falará sobre isto com a voz impessoal dos acadêmicos e dos romancistas e, pior, com a voz malevolente dos falsificadores e negadores. Esse processo já começou. O dia internacional das Nações Unidas de comemoração das vítimas do holocausto é um elo vital para a transmissão desse legado incrível para os nossos semelhantes – judeus e não judeus", diz Samuel Pisar, sobrevivente do holocausto, advogado internacional e embaixador honorário da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A campanha 2021 do World Jewish Congress
O tema é Lembrança do Holocausto e Educação: Nossa Responsabilidade Compartilhada. A ideia é destacar a dimensão universal do Holocausto e incentivar a educação sobre a tragédia para que as futuras gerações rejeitem firmemente todas as formas de racismo, violência e antissemitismo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, o Holocausto foi um ponto de virada na história da humanidade, que levou o mundo a dizer "nunca mais". A resolução que instituiu o Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto traz a lembrança dos crimes passados com o objetivo de preveni-los no futuro.
We Remember está chegando junto com o Dia Internacional em Memória das Vítimas do #Holocausto.
A participação de todos é muito importante para que toda a sociedade em todo mundo possa se lembrar dos horrores da #Shoa e cobrar para que nunca mais se repita com nenhum povo.
Como nos outros anos, para participar da campanha basta postar sua foto com um cartaz #WeRemember nas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) e marcar o #WJC (World Jewish Congress) e o #CJL (Conselho Judaico Latinoamericano) nas redes sociais.
No Instagram da @bibliotecacecult você encontrará dicas de filmes sobre o Holocausto.
Lembrar para não repetir.
Fontes:
- The Holocaust Encyclopedia
- Editora Contexto
- Agência Brasil
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