Editora da UFRB lança coleção de livros sobre Bicentenário da Independência do Brasil
O bicentenário da Independência do Brasil é tema de uma coleção de três livros publicados pela Editora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (EDUFRB). As bras trazem
pesquisas queapresentam novas perspectivas sobre o momento histórico da independência e experiências da educação básica para discussão do tema em sala de aula. Os títulos estão disponíveis, naPágina da EDUFRB, para download gratuito.
Em A guerra tem rosto de mulher: Caretas do Mingau!, Vanessa Orewá entrelaça suas vivências com as experiências das mulheres de Saubara/BA que brincam de caretas. Já o trabalho de José Péricles Diniz, A Independência do Brasil em jornais da Bahia e de Portugal, traz, por meio da análise do discurso, uma leitura crítica dos jornais impressos no Brasil e em Portugal, durante as lutas pela independência. No terceiro título, Dois de julho na escola — composto por sete artigos —, professores de História compartilham suas práticas e apresentam propostas didáticas de como trabalhar a temática da Independência do Brasil na Bahia.
A seleção das obras foi feita por edital. Os autores são pesquisadores de programas de pós-graduação da UFRB, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e professores da rede pública. Rosineide Pereira Mubarack Garcia, superintendente da EDUFRB, explica que o resultado “é uma coleção construída por muita gente, com muitas mãos” e ressalta como o trabalho ajuda a “ampliar a democratização do conhecimento científico, cultural e artístico”.
A participação da comunidade na coleção não ficou restrita à autoria dos livros; o selo comemorativo que ilustra capa e contracapa das obras também foi escolhido por meio de votação on-line. A criação é de Iago Aragão, jornalista e egresso da UFRB.
Organizador de um dos títulos — Dois de julho na escola —, Sérgio Guerra, professor da Universidade, avalia que o lançamento da coleção contribui para discutir o Sete de Setembro de uma maneira mais complexa do que é comumente apresentado. Ele cita o papel da participação popular e de outras províncias no processo de Independência como exemplos de que o movimento foi “construído a partir do trabalho de muitas pessoas e de muitas classes sociais”. Nesse sentido, Sérgio acredita que “o trabalho da Editora e da Universidade são fundamentais para a gente se entender melhor como nação e como país”.
Cerimônia de lançamento
Para marcar o lançamento dos livros, a EDUFRB promoveu o evento científico-cultural Democratização do acesso à ciência em tempos de Independência: lançamento da Coleção Bicentenário da Independência do Brasil. A programação aconteceu na quinta-feira (7), no auditório da Biblioteca Central do Campus de Cruz das Almas, e contou com apresentações artístico-culturais, conferência e roda de conversa com os autores.
No início do dia, o público foi recebido com uma roda de capoeira e uma roda de samba. Em seguida, foi formada a mesa institucional com as presenças de Georgina Gonçalves dos Santos, reitora; Fábio Josué Souza dos Santos, vice-reitor; Tânia Moura Benevides, assessora assistente da Coordenação de Programas Estratégicos da Educação, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia; Rosineide Pereira Mubarack Garcia, superintendente da EDUFRB; e Ricardo Moreno, representando a Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Para falar sobre a importância da Independência da Bahia no contexto da Independência do Brasil, a organização do evento trouxe Marcus Carvallho, professor titular de História, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em sua apresentação, o estudioso afirmou que “a historiografia tradicional quer diminuir o valor das grandes rebeliões brasileiras” e defendeu que “a história do Brasil precisa ser mais do Brasil do que centrada no sudeste, nos estados economicamente hegemônicos, porque, na realidade, a história local é uma história universal, e isso é o que importa, e realmente não tem como a gente entender a história do Brasil sem olhar o que aconteceu nas províncias do Norte e na Bahia, que era a província do Centro”.
Marcus Carvalho argumentou, ainda, que a forma como se deu o movimento da Independência e o modo como ele é contado repercutem ainda hoje. Para ele, “não somos só desiguais economicamente, a gente não tem ainda uma coisa muito simples, do Iluminismo, que é a igualdade perante a lei”.
À tarde, uma roda de conversa com autores dos livros, seguida de sessão de autógrafos, deu continuidade à programação. O evento terminou com roda de samba e degustação de comidas baianas.
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