Homenagem do CFP ao Professor Jabes Francisco

Quando acordou sob o nascente sol do oriente, Beremiz cutucou Hank Tade-Maiá, para lhe contar o seu sonho: 

• Bagdali, tive um sonho, acorde, preciso te contar. 

O bagdali, ainda com sono, sacudiu a cabeça, como se pensasse não acreditar que havia sido acordado para ouvir um sonho. E se pôs a escutar O Homem que Calculava

• Sonhei que viajávamos deste Oriente para uma terra que só será conhecida daqui a uns séculos, e que tinha o nome de Brasil. Lá por umas bandas chamada de Recife, nasceu um menino chamado Jabes. No sonho, eu caminhava por uma terras de pombas amargas, uma linda Cidade-Jardim, chamada Amargosa, e foi lá que achei esse sujeito, Jabes, que tem uma sabedoria matemática como a minha. Quando o encontrei, ele tinha recebido a portaria de aposentadoria do serviço público federal. Aposentadoria, bagdali, é algo que todo trabalhador almeja! Então, me sentei com esse grande matemático na Praça do Bosque e ele me pôs a contar sua história. Me contou que “jovem”, com 60 anos,  decidiu ajudar a construir uma universidade no interior da Bahia, especificamente na cidade de nome de uma pomba, que o povo carinhosamente chama de Amargosa. Em 19 de setembro de 2006 assumiu como professor de matemática, foi praticamente o primeiro a chegar no nascente Centro de Formação de Professores, CFP. Me contou que em 15 anos de dedicação, participou da criação do curso de matemática daquele Centro. Me contou que nesses 5479 dias de docente no CFP, assumiu a coordenação de curso, de NDE, gestão de ensino e se não bastasse, ministrou disciplinas para mais de 70 turmas neste período. E, como não era de ficar quieto, continuava sempre a somar e multiplicar: como um bom pernambucano, chamava o povo para sua casa para no grupo CONFRARIA, e se punha a discutir ciências, filosofia, e contar muitos causos! Claro, como amante do bolero, do frevo e do maracatu do Recife, envolveu a todos e todas que o conheceram no CFP. Na conversa, estava um tanto triste por deixar o que tanto amava: a sala de aula, o CFP. Mas Bagdali, teve um momento que o Jabes saiu para atender uma coisa chamada telefonema e apareceu todos os seus ex-alunos, colegas professores, técnicos e pessoas que conviveram com ele nos 15 anos de CFP com uma grande faixa escrito

“Obrigado professor Jabes, você deixou muitas sementes neste Centro. E aqui continuará sendo sua casa”. 

No retorno, Jabes abriu o seu característico sorriso e se pôs a rir de felicidade. 

Admirado, Hank Tade-Maiá disse  a Beremiz:

• Esse Jabes deverá ser um dos grandes matemáticos que já existiu! 

Abril de 2021, Direção/Gestão do CFP

 Texto-Conto baseado na obra O Homem que o Calculava, de Malba Tahan.