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Manifesto da Inclusão

Criado: Quarta, 22 Setembro 2021 09:24 | Publicado: Quarta, 22 Setembro 2021 09:24 , Acessos: 1788

A motivação deste manifesto surge do encontro virtual proporcionado pela atividade de capacitação de pessoal da UFRB com intuito de conclamar à comunidade acadêmica para entender e propor uma cultura inclusiva na instituição, principalmente na prática. A urgência se dá pela necessidade de ter ações condizentes com a instituição de maneira eficaz. Uma vez que nosso contexto histórico e cultural não permite mais que nossos amigos e alunos que tanto necessitam de acessibilidade permaneçam invisibilizados.

Nós, enquanto grupo, não poderíamos deixar de afirmar e reverberar as profícuas e relevantes discussões que tivemos ao longo destes cinco preciosos encontros que totalizaram 20h de atividades síncronas de interação e posicionamento em relação a temática.

Nesse ínterim, percebemos que para além de justificativas teóricas, algo deve ser realizado na prática, é nesse contexto que descrevemos a real necessidade de mudança atitudinal frente as necessidades empíricas da nossa comunidade universitária, a fim de conquistarmos o status de uma cidadania global, não apenas de integração, mas que vá além da inclusão, que ela seja de forma a proporcionar um engajamento diário, do servir sem olhar a quem, do direito de ir e vir previsto em nossa constituição, mas que seja com acessibilidade quanto a mobilidalidade e que obedeça ao desenho universal dos espaços, e mais que isso, que cumpra-se o que é de lei, o que perpassa desde a parte física dos espaços ao quantitativo de intérpretes da Língua brasileira de sinais.

É certo que nada acontece do dia para a noite, mas existe um grito entalado em muitos, de que para ser atendido nos prédios, nos departamentos da universidade precisam passar por lances de escadas, ou elevadores que não funcionam, bem como  passarelas sem a devida inclinação, além disso, o auditório, quando existe, não tem sequer banheiro próximo. São demandas que não podem ser esquecidas, pois existe uma parcela considerável de alunos e servidores que estão deixando de acessar os espaços que lhe são de direito por não encontrar a acessibilidade.

Expressamos o nosso desejo que é que nossos gestores, engenheiros, executores de obras, tenham um olhar sensível as estas demandas, pois o que todo ser humano deseja é autonomia,  oportunidade e acessibilidade em todos os espaços. E que exista a fiscalização para a garantia de acessibilidades nos prédios da instituição.

Acreditamos que é no diálogo que existe a troca de experiências, troca de vivências e o aprimoramento dos nossos centros. E o resultado é que nos emocionamos juntos e aumentamos o nosso envolvimento com o tema. Esse não foi um workshop apenas para sensibilização, fomos além das cotas, é sobre como incluir a pessoa, e para isso, chegamos a conclusão que é necessário incluir também os gestores neste diálogo, pois o workshop surge de uma necessidade urgente de se ter um trabalho contínuo de aperfeiçoamento. Uma vez que grande parte do preconceito, existe por falta de contato com pessoas com necessidades específicas. Por isso, é necessário conviver, quebrar as barreiras para promover a cultura da inclusão. Isto significa sair do campo da imaginação e da teoria e colocar em prática, ou seja, participar de fato. É na vivencia inclusiva que é fortalecido os pilares da diversidade.

O dia 21 de setembro é celebrado o dia nacional de luta da pessoa com deficiência, conhecido como setembro verde, marcado para dar maior notoriedade para a diversidade e inclusão. Nosso real desejo é que em nossa universidade exista momentos formativos com todos presentes, professores, técnicos, terceirizados e alunos, uma verdadeira formação pedagógica e de forma regular, uma vez que os professores não são liberados para participar de ações formativas, inviabiliza o trabalho mais efetivo e que deve ser coletivo.

Como proposta de aperfeiçoamento de ações inclusivas, destaca-se a necessidade de se ter uma assessoria inclusiva a fim de estruturar um programa inclusivo customizado. Ou seja, que atenda as necessidades com vistas a particularidade de cada pessoa. Precisamos também de ações educativas que tenham a participação de todos, como por exemplo: cursos de libras, de Braile, rodas de conversa, etc.

E acima de tudo, que a pessoa com deficiência tenha a sua devida participação nessas ações, sejam ouvidas e atendidas. Pois só assim o direito de ir e vir, bem como o de permanência na instituição se dará de forma satisfatória. Sejamos rede, sejamos aldeia. E que não aconteça nada sobre nós, sem nós.

 

Cruz das Almas, 21 de setembro de 2021.

 

TURMA DO CURSO DE INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

PACAP 2021- UFRB – PROGEP