Lideranças de movimentos sociais discutiram desenvolvimento territorial e economia solidária na UFRB
A IV Reunião de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Recôncavo da Bahia, realizada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, está sendo espaço para discussão articulada de ensino, pesquisa, extensão universitária e políticas afirmativas, com ambientes protagonizados por docentes, discentes e movimentos sociais.
Na mesa redonda sobre Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial, realizada na noite do dia primeiro de junho, o auditório da biblioteca do campus de Cruz das Almas foi palco para a classe trabalhadora organizada em movimentos sociais. Pedro dos Anjos, agricultor familiar e diretor estadual da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), falou do histórico e do processo de lutas que participou para implementação da política territorial no Brasil. Defendeu a importância da participação popular, principalmente da comunidade universitária, nos colegiados territoriais e nos demais espaços de democracia participativa. Nesse sentido, Pedro dos Anjos criticou a sociedade brasileira e os políticos que a representa: “Tudo o que acontece numa sociedade é mérito do que a sociedade deixou acontecer. Participem, se mexam, façam acontecer a democracia participativa. É a democracia participativa que empodera a sociedade e qualifica a democracia representativa.” Para ele, ainda, o objetivo da política territorial é formar cidadãos e cidadãs que possam mudar os rumos do país.
Leonardo Pinho, presidente da Central de Cooperativas UNISOL Brasil, falou sobre o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil e a importância de modificá-lo, trazendo dados sobre a concentração de riqueza, gestão de cidades e de recursos naturais.
Para a construção de uma sociedade mais igualitária, Leonardo Pinho defende o fim da tributação regressiva no Brasil – hoje, quem tem mais acúmulo de capital paga menos impostos; a maior tributação é sobre o salário. E chama atenção para o atual contexto político nacional: “O Brasil está em disputa. A globalização financeira não está sendo combatida por uma democracia mais participativa, está disputando com o nacionalismo conservador”.
A Pró-Reitora de Extensão da UFRB, Tatiana Velloso, foi a mediadora da mesa. Conduziu o debate no final das palestras e falou sobre a ampla experiência da extensão universitária da UFRB junto aos territórios do Recôncavo, Vale do Jiquiriçá e Portal do Sertão.
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