UFRB na operação Portal da Amazônia - Rondon 2014
Os rondonistas e a UFRB receberam certificado de participação na Operação Portal da Amazônia do Projeto Rondon 2014. Duas professoras coordenadoras, Ariane Cedraz Morais e Paloma de Souza Pinho, e oito estudantes de enfermagem e psicologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS) permaneceram no Maranhão entre os dias 24 de janeiro e 11 de fevereiro no Polo Regional de Imperatriz, realizando ações de saúde, educação, cidadania e cultura.
A profa. Ariane relata o primeiro contato com a comunidade de Campestre do Maranhão, onde permaneceram por 15 dias: “Houve apresentações artístico-culturais locais que deixaram a equipe rondonista bastante entusiasmada, com o sentimento de acolhida e receptividade, e a certeza de que toda a programação fluiria prazerosamente.”
Foram realizadas ações educativas para as crianças sobre higiene oral e corporal, com atividades lúdicas e recreativas, aplicação de flúor e distribuição de kits de escovação. A equipe promoveu debate sobre a violência contra a mulher e a saúde do homem, focando na redução de danos e promoção da saúde. Filmes foram exibidos em praças públicas pelo Cine Rondon. Também houve capacitação de enfermeiros e técnicos de enfermagem sobre imunização e oficina com adolescentes sobre DST e sexualidade.
Outra ação foi o “Mutirão contra a dengue”, no qual os alunos da UFRB promoveram uma mobilização popular para detectar focos da dengue, realizando coleta de lixo e instruindo a população. No total foram realizadas 43 oficinas envolvendo 2111 participantes.
Jéssica Alves, 22, estudante de enfermagem, considera que a experiência equivale a “uma graduação em quinze dias. A experiência foi diferente de tudo o que vi na graduação. Por fim, aprendi muito mais do que ensinei”.
Campestre do Maranhão é uma cidade nova, com 16 anos de emancipação e 15 mil habitantes. O cenário descrito pelos estudantes é de abandono e miséria. Um lugar onde a violência, principalmente contra mulheres e crianças, é naturalizada. Campestre tem um dos piores IDH do país. Todos os envolvidos afirmaram que o contato com esta realidade mudou a sua forma de ver o mundo, e que foi gratificante ter contribuido um pouco para a melhoria da vida dos moradores de lá.
Rafaela Sales, 23, estudante de psicologia, considera que “o Rondon desloca você da teoria e da técnica, e te faz encontrar com o ser humano. É um retorno que a universidade dá a sociedade”.
Mariana Fernandes, 23, estudante de enfermagem, afirma: “a experiência foi renovadora para a minha carreira profissional. Mudou a minha maneira de ver a vida e as relações humanas. Considero-me, hoje, uma profissional muito mais humana”.
Renata Lorenzo, 21, estudante de enfermagem, diz: “defino a experiência como intensidade. Proporciona sentir todos os sentimentos que o ser humano pode sentir. Aprendi a tolerar e a me colocar no lugar do outro. Foi a melhor experiência da minha vida”.
A equipe da UFRB plantou uma semente que germinou em Campestre do Maranhão. O projeto de cinema na praça continua e o enfrentamento da violência doméstica foi assumido pelos gestores públicos. Além do que já pode ser visto e relatado, os rondonistas tem a expectativa de que as ações gerem muitos mais frutos.
Além da vivência em Campestre do Maranhão, o estudante de psicologia, Thiago Assis, participou do ASSHOP (Assistência Hospitalar) da Marinha do Brasil, realizada para as populações ribeirinhas da regiâo Amazônica de 18 de janeiro a 03 de fevereiro. Sobra a experiência Thiado diz que "ver a alegria estampada nos olhos da população ribeirinha atendida, como sinal de agradecimento pelo pouco que fizemos, não tem preço. Hoje me sinto muito mais brasileiro, conheço o coração do meu país, país tão rico e ao mesmo tempo tão pobre".
Esta foi a segunda experiência da UFRB no Projeto Rondon. A universidade, através de seus atores sociais, assume o papel de interventor social: deixando os muros acadêmicos e contribuindo para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes que ampliem o bem-estar da população.
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