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Premiação

Estudante da UFRB conquista prêmio em evento nacional de Antropologia

13/08/24 10:28 , 16/08/24 13:14 | 2315
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A estudante Samara Almeida, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi premiada na categoria pôster do Prêmio Lévi-Strauss, durante a 34ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA), que aconteceu entre os dias 23 e 26 de julho. Samara é formanda do curso de Ciências Sociais do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira/São Félix, e apresentou o trabalho Retratos (Mal)ditos e a (Des)educação de Subjetividades Negras na Escola, orientada pelo professor Osmundo Pinho.

Em sua pesquisa, Samara parte do entendimento de que a cidade de Cachoeira parece estar atravessada por um contexto macro de antinegritude e de como as pessoas de lá foram (des)educadas a rejeitar o que é ser negro. Através do método pesquisa-ação, utilizando debates e discussões, colocando em prática a transformação de linguagem em ação, com a confecção de produções materiais, simbólicas e reflexivas, foi realizada uma série de oito oficinas de rima, análise de imagens e iconografias, colagens de imagens e produção audiovisual com duas turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos) do Colégio Estadual da Cachoeira. A partir dos encontros, a estudante analisou a forma como os(as) participantes interagem com a crítica,  os estereótipos e a relação deles(as) com suas identidades raciais. 

Com o resultado das práticas com os(as) participantes, Samara produziu, além do pôster premiado, dois mini documentários: Identidade e sonhos, com a turma do segundo ano, e Identidade e sonhos,  com a turma Eixo 7, as duas do Colégio Estadual da Cachoeira.  Para ela, as imagens recriadas durante as oficinas têm lastro histórico, pois “os retratos e imagens aprisionados na escravização e violência, pintados por viajantes e sistematizados por teóricos racialistas, criam um arquivo imagético, desdobrado como uma narrativa que cristaliza as sujeitas/os negros no pós-vida da escravidão. Mas, são reinventados através do repertório visual e discursivo dos estudantes negros ao (re)criar narrativas e imagens sobre si e a história do seu povo”, explica a estudante.

Sobre a participação no evento nacional, Samara afirma ter sido uma ótima experiência, especialmente pela pesquisa ter acontecido na cidade de Cachoeira.  “Foi uma experiência fantástica! Ter o retorno junto a referência, ter colocado Cachoeira no mapa epistemológico e etnográfico, ampliando as discussões sobre hierarquização racial e antinegritude. Temáticas muito caras ao meu grupo de pesquisa”. Além de Samara e de seu orientador Osmundo Pinho, a comitiva da UFRB na 34ª RBA contou com mais 15 participantes, entre professores(as), graduandos(as) e pós-graduandos(as). 

O trabalho premiado é associado ao projeto “Imagem, História e Cidade Interpelando Narrativas Visuais no Recôncavo da Bahia” e desdobra-se nos estudos do grupo de pesquisa “Territorialidade, Patrimônio e Violência no Recôncavo da Bahia”, ambos coordenados pelo professor Pinho. 

Sobre a Reunião Brasileira de Antropologia

A 34ª edição da Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) teve como tema “Territórios vivos, corpos plurais. Antropologia e saberes críticos”. A temática alude às diferentes lutas sociais e resistências em defesa da vida, dos territórios e dos corpos plurais diante dos contextos de crise e violências vividos e observados no Brasil e no mundo, na contemporaneidade.

O Prêmio Lévi-Strauss  é uma homenagem à contribuição de Claude Lévi-Strauss à Antropologia e visa estimular novas carreiras e dar visibilidade à produção original e de qualidade acadêmica desenvolvida na graduação.

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