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PREMIAÇÃO

Professor da UFRB é semifinalista na categoria História e Arqueologia do prêmio Jabuti Acadêmico

O Prêmio Jabuti Acadêmico surgiu como mais um reconhecimento do papel distintivo na divulgação e celebração da produção científica, técnica e profissional no Brasil, refletindo as diversas contribuições para a cultura e o conhecimento no país.
17/07/24 15:43 , 17/07/24 18:09 | 436
A imagem está dividida em duas partes. À esquerda, há a capa de um livro e, à direita, uma foto de um homem. Na capa do livro, o título é "Longe, Muito Longe" em letras grandes e brancas. Abaixo do título, em letras menores, está escrito: "Manoel Benício dos Passos, um capoeira no ativismo do pós-abolição". O autor do livro é Walter Fraga, cujo nome está escrito em laranja no topo da capa. A parte inferior da capa tem uma imagem em tons de marrom de várias pessoas, provavelmente uma multidão. No canto inferior esquerdo, há o logotipo da editora Zahar. À direita, há uma foto de um homem de pele morena,cabelos escuros e ondulados, vestindo uma camisa xadrez azul escura. Ele está sorrindo e o fundo da imagem é um céu azul claro.

O jornalista, professor e pesquisador da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Walter Fraga, é um dos semifinalistas do 1º Prêmio Jabuti Acadêmico com o livro "Longe, muito longe: Manoel Benício dos Passos, um capoeira no ativismo do pós-abolição" (Zahar, 2023, 376 páginas). O Prêmio Jabuti Acadêmico, realizado pela Câmara Brasileira do Livro, com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é uma distinção anual inédita destinada a obras acadêmicas publicadas em língua portuguesa no Brasil.

O livro de Walter Fraga concorre com outros nove livros na categoria História e Arqueologia. Os 5 finalistas das 27 categorias, serão anunciados na próxima quinta-feira, 18, às 12h. Já as obras vencedoras serão reveladas em uma cerimônia oficial no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, em 6 de agosto. Em 2010, em parceria com a historiadora, pesquisadora e professora Wlamyra Albuquerque (UFBA), Walter Fraga venceu o prêmio Jabuti, como melhor livro didático e paradidático, com "Uma história da cultura afro-brasileira" (Moderna, 2009).

Sobre o livro

A trajetória singular do capoeira baiano Manoel Benício dos Passos, representação encarnada do ativismo político negro e popular em um momento crucial da história do Brasil. O livro reconstitui a vida de Manoel Benício dos Passos (1866-1898), um homem negro, que nas ruas de Salvador ficou conhecido pelo curioso apelido de Macaco Beleza. Ao longo de 32 anos, viveu acontecimentos cruciais da História do Brasil, ou por eles foi diretamente afetado, como a Guerra do Paraguai, o Movimento Abolucionista, a consequente abolição da escravatura e os tormentos que se seguiram aos anos iniciais após a Proclamação da República.

Manoel Benício foi preso por "desordem" aos 14 anos; militou no abolucionismo (distribuindo jornais abolucionistas e se tornando porta-voz da causa e militante ao realizar o enfretamento com as elites ao ler em voz alta em locais de grande movimentação de escravos e cativos, do teor das notícias que defendiam a causa).
Em 13 de maio de 1888, a esmagadora maioria da população negra não vivia mais sob o status legal de escrava; era livre ou liberta. Com a Lei Áurea, as elites jogavam a toalha diante de um processo irreversível, e que haviam feito de tudo para retardar. Restava decidir sobre o sistema político: Monarquia ou República? Qual dos dois regimes serviria melhor à nação?
Nos primeiros dias de 1889, aos 23 anos, Manoel Benício passa a figurar como uma liderança da chamada Guarda Negra, uma organização formada por libertos monarquistas que em muitas cidades do Brasil saíram às ruas em defesa do trono contra ataques desferidos pela propaganda republicana - a República foi proclamada em 15 de novembro de 1889.
Entender o papel de Manoel Benício e seu ativismo político que lhe rendeu dois anos de prisão no Amazonas e em Fernando de Noronha e a sua posterior libertação e participação em movimentos de rua em Salvador em 1892 e 1893, é parte da história reconstituída pelo jornalista, professor e pesquisador Walter Fraga, autor de livros como "Mendigos, moleques e vadios na Bahia do século XIX" (Hucitec/Edufba, 1996) e "Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia, 1870-1910" (Ed. Unicamp, 2006).

Jabuti Acadêmico - O Prêmio Jabuti e o Prêmio Jabuti Acadêmico compartilham uma base comum, mas divergem em suas abordagens. Enquanto o Prêmio Jabuti abraça uma variedade de categorias literárias, o Prêmio Jabuti Acadêmico concentra-se exclusivamente em obras acadêmicas, científicas e profissionais. Essa diferença fundamental se reflete na estrutura dos prêmios.

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