A professora e pesquisadora Rogelma Maria da Silva Ferreira, do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), integrou a equipe de mulheres responsáveis pela concepção da primeira versão do Jogo da Memória, que apresenta meninas e mulheres brasileiras inspiradoras. Rogelma faz parte da Rede Kunhã Asé, que elaborou o jogo.
O jogo de tabuleiro foi lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, em todo o mundo. Com essa ação, a UNESCO reforça a mensagem sobre a importância de todos – famílias, escolas e sociedade – estimularem as meninas, desde a educação básica, a seguirem estudos e carreiras nas áreas de STEM (sigla em inglês para “ciências, tecnologias, engenharias e matemática”), de modo a contribuir para a quebra dos estigmas de gênero existentes nessas áreas.
O jogo é um Recurso Educacional Aberto (REA), que a UNESCO compartilha para que profissionais da educação básica e comunidade escolar possam usar, estimulando, de forma lúdica, a aproximação entre estudantes – em especial, as meninas – e as trajetórias inspiradoras de meninas e mulheres nas áreas de STEM. O Jogo da Memória integra as ações do Educastem 2030.
Figuras Femininas do Jogo
Entre as 20 meninas e mulheres inspiradoras que integram o jogo, estão as cientistas e estudantes baianas Ana Cecília Albergaria Barbosa, Gabriela Vitória Carvalho da Silva, Jaqueline Goes de Jesus, Erilsa Pataxó e Luisa Maria Diele Viegas Costa Silva.
A professora e pesquisadora Ana Cecília Albergaria, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), atua no estudo sobre a contaminação em ambientes polares, com atividades de pesquisa junto ao Programa Antártico Brasileiro desde 2004; a estudante Gabriela Vitória Carvalho da Silva foi medalhista de ouro na 1ª Olimpíada Feminina de Matemática do Estado da Bahia; a pesquisadora e professora Jaqueline Goes integrou a equipe que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no País; a vice-cacique da Aldeia Mãe Barra Velha, Erilsa Pataxó, leciona ciências e matemática na educação básica indígena; e a professora e pesquisadora Luisa Maria Diele Viegas Costa Silva, é líder climática, fundadora do projeto de divulgação científica Minha Amiga Cientista, uma das fundadoras do Fórum Clima Salvador, da rede Nordeste de Clima, da rede Kunhã Asé de mulheres na ciência e da rede de Mulheres na Zoologia.
As outras quinze meninas e mulheres cientistas inspiradoras são as brasileiras Rita de Cássia dos Anjos, Ayla Santos, Bertha Luz, Deise Gravina, Eliade Ferreira Lima, Elisa Souza Orth, Enedina Alves Marques, Fernanda dos Santos Farnese, Lucy Gomes de Souza, Maria Cristina Bernardes Barbosa, Nuna da Hora e Helena Rachel Araújo; e as pesquisadoras estrangeiras Alda Lovelace (britânica); Dorothy Johnson Vaughan (norte-americana); e Marie Curie (polonesa).
Rede Kunhã Asé
A Rede Kunhã Asé objetiva debater a disparidade de gênero nas ciências e oferecer soluções pragmáticas para a baixa representatividade das mulheres na ciência. O nome da rede significa mulher de poder ou mulher poderosa, sendo uma mistura do Guarani (kunhã, que quer dizer mulher) e do Yorubá (asé, que quer dizer poder). A escolha do nome visa homenagear os povos da floresta e o povo negro, historicamente oprimidos e não representados na ciência. Dessa forma, o nome visa refletir, mais uma vez, a preocupação da rede com a interseccionalidade e com a representatividade não apenas da mulher, mas de todas as mulheres, na ciência.
Educastem 2030
É um Movimento Global de Meninas e Mulheres em Educação e Carreira em STEM para Sociedades Inclusivas e Sustentáveis. Em 2022, em resposta ao cenário desafiador de apenas 28% dos pesquisadores serem mulheres, a UNESCO no Brasil lançou a iniciativa #EDUCASTEM2030. Por meio de estratégias de formação de professores e estudantes, iniciativas de comunicação e defesa (advocacy) e mapeamento de redes, o movimento tem como objetivo impactar, de forma positiva, os âmbitos identificados (individual, social, escolar e familiar), a fim de reverter o cenário de exclusão.
Confira o Jogo da Memória.
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