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AVALIAÇÃO

Curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade da UFRB recebe nota máxima do MEC

22/05/23 09:26 , 22/05/23 09:27 | 1692
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O curso de graduação em Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, vinculado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Feira de Santana, foi reconhecido com nota máxima, conceito 5, pelo Ministério da Educação (MEC). A escala de notas vai de 1 a 5 e avalia os critérios como infraestrutura, corpo docente, projeto pedagógico e gestão do curso, entre outros fatores. A avaliação do MEC aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de abril. 

Funcionando no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), em Feira de Santana, o curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade tem formação média em cinco anos. Das turmas de ingressantes nos semestres de 2018.2 a 2023.1, o curso conta com 118 estudantes matriculados ativamente. O curso conta com 92% de professores com título de doutor.

Para o coordenador do curso, professor João Luiz Carneiro, a nota máxima recebida pelo curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade mostra que o curso inspirado em outros cursos existentes na Europa, América do Norte e Ásia, apresenta um projeto pedagógico consistente e com elevado impacto social. A partir desta avaliação, o curso, que já funciona desde 2018, agora possui o respaldo do MEC para se tornar referência nacional na área de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade. “Além disso, essa avaliação eleva o curso à categoria de excelência, reflete no aumento do índice geral de cursos (IGC) da UFRB e pode orientar políticas públicas na área da educação superior”, destaca João Luiz. 

“Esse reconhecimento por parte do Ministério da Educação é muito relevante porque atesta a qualidade da formação de novos profissionais e cidadãos que a universidade entrega para a sociedade, comprometidos com aspectos humanísticos, sustentáveis, inovação e tecnologia social, sobretudo o impacto social e a contribuição características da missão de nossa Universidade”, explica o diretor do CETENS, professor Jacson Machado. 

Durante o processo de avaliação, a comissão designada pelo MEC considerou a justificativa de oferta do curso na região coerente com o contexto apresentado e com o perfil do egresso apresentado no Projeto Pedagógico do Curso (PPC). A Bahia, assim como o Nordeste, apresenta uma parcela relevante de pessoas com deficiência e que geralmente não têm a oportunidade de participar de atividades sociais e formativas devido às barreiras de acessibilidade que são impostas à elas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019, havia no Brasil 17,3 milhões de pessoas com deficiência acima de 2 anos de idade (8,4% da população nessa faixa etária). O maior percentual de pessoas com deficiência foi encontrado no Nordeste (9,9%). Ainda de acordo com a PNS, todos os estados da Região Nordeste tiveram percentuais acima da média nacional, sendo que a Bahia é o quarto estado com maior percentual (10,3%). 

Parte dessas pessoas são atendidas por instituições especializadas, mas há carência de profissionais com formação específica e multidisciplinar para avaliar as necessidades dessas pessoas e propor soluções de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade. “Além disso, por ser pioneiro e agora possuir nota de excelência, o curso se torna uma referência nacional na área”, destaca o professor João Luiz. 

O curso em Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, inédito no Brasil entre as instituições de ensino superior, possui formação interdisciplinar com o objetivo de estudar as diferentes tecnologias, entendidas como produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que promovem autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência, idosas, com incapacidades ou com mobilidade reduzida. A formação envolve também o conhecimento dos pressupostos da acessibilidade, nas suas diversas dimensões – arquitetônica e urbanística, comunicacional, metodológica, programática, atitudinal, instrumental e tecnológica, buscando a superação das diferentes barreiras impostas a este público-alvo.  

“Trata-se do primeiro curso onde o público-alvo da tecnologia é parte essencial do eixo formativo do discente”, explica João Luiz. “Dessa forma, além das tecnologias estudadas que são correlatas às áreas de computação, eletrônica, materiais e sistemas mecânicos, o estudante adquire um profundo conhecimento sobre o usuário dessas tecnologias, compreendendo suas necessidades, limitações e potencialidades. Outro diferencial importante do curso é seu caráter multidisciplinar e extensionista, visto que seu corpo docente possui diferentes formações e coordenam dezenas de projetos que envolvem a comunidade externa”, completa o coordenador do curso. 

No CETENS, nos últimos anos, o curso firmou acordos de cooperação com diferentes entidades empresariais, governamentais e do terceiro setor, como a Organización Iberoamericana de la Seguridad Social (OISS) com sede na Espanha, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo da Bahia, Centro Integrado de Educação Inclusiva de Feira de Santana, Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CAP-DV), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e Receita Federal através da delegacia de Feira de Santana, para promover a área de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade e de propor projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e capacitação profissional com vistas à promoção da inclusão social e qualidade de vida das pessoas com deficiência e idosas., no médio prazo. 

Mercado para o egresso 

O egresso do curso poderá desenvolver atividades em empresas, organizações, unidades ou redes educacionais, públicas ou privadas, na elaboração, execução e gestão de projetos de Acessibilidade e Tecnologia Assistiva. Poderá atuar também na gestão de processos que envolvam a produção, comercialização e marketing de produtos e serviços de Tecnologia Assistiva; pesquisa, desenvolvimento e inovação de soluções, produtos e serviços de Tecnologia Assistiva; avaliação e controle de qualidade de produtos de Tecnologia Assistiva; e avaliação e orientação de potenciais usuários quanto às suas necessidades de produtos e serviços de Tecnologia Assistiva. 
 
O egresso do curso saberá desenvolver pesquisas com vistas à produção de conhecimentos e a inovação na área de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade; avaliar ambientes, atividades e rotinas quanto às barreiras de acessibilidade, nas suas dimensões arquitetônica, atitudinal, comunicacional, metodológica, programática, instrumental e tecnológica, e suas necessidades de Tecnologia Assistiva; elaborar, propor e executar projetos que promovam soluções em relação às barreiras de acessibilidade e necessidades de Tecnologia Assistiva; coordenar a elaboração e execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento de Produtos e Serviços de Tecnologia Assistiva. 
O egresso também saberá avaliar produtos de Tecnologia Assistiva e realiza um controle de qualidade desses produtos; avaliar potenciais usuários, em interação com diferentes ambientes, atividades e processos, quanto às suas necessidades de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, elaborando e propondo soluções e projetos para cada realidade e para cada usuário; gerenciar ações que envolvam a produção, comercialização e marketing de recursos e serviços de Tecnologia Assistiva; e elaborar e coordenar projetos de acessibilidade urbanística nos campos da mobilidade, transporte, esporte e lazer. 

Mais em informações em ufrb.edu.br/engenhariaTA.

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