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UFRB estabelece parceria com universidade australiana para estudo de sons nos oceanos 

25/07/22 11:13 , 25/07/22 11:14 | 1218
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A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em parceria com a Universidade Curtin, localizada em Bentley, Austrália Ocidental, na Austrália, está buscando ampliar os estudos sobre os métodos tecnológicos de monitoramento de animais marinhos e ruídos sonoros, produzidos pelo ser humano.  

Essa parceria inicial decorre de troca de experiência advinda de estágio de pós-doutoramento do professor e pesquisador Marcos Rossi Santos (UFRB), que há mais de 20 anos trabalha com ecologia comportamental de mamíferos marinhos no Brasil. Entre sua atuação, fundou o Laboratório de Ecologia Acústica e Comportamental (LEAC), em 2014, ao ingressar como docente da UFRB.  

O Centro de Ciência Marinha e Tecnologia da Universidade Curtin recebeu Marcos Rossi como professor e pesquisador da UFRB, dando início a uma aproximação acadêmica e científica entre as duas instituições e o compartilhamento de interesses mútuos de estudos marinhos originários no Brasil e na Austrália. 

A parceria envolve conhecimentos no uso de técnicas avançadas, como sobrevoos de drones e gravadores de longa duração (conhecidos por “armadilhas acústicas”) que são instalados no fundo dos oceanos e monitoram por meses ou até anos o que se conhece como a Ecologia Acústica, isto e, a interação entre sons biológicos (invertebrados, peixes, golfinhos, baleias) e geológicos (ventos, correntes, mares), naturais ao ambiente marinho, e os sons produzidos pelo homem, como ruídos de embarcações, operações de prospecção sísmica e exploração de óleo e gás, em plataformas e navios oceânicos. 

Segundo o professor Marcos Rossi, uma vez que os ruídos aumentaram consideravelmente nas últimas décadas, estes se tornaram um dos principais impactos aos oceanos e uma preocupação para a comunidade científica internacional.  

Com o início da parceria, o professor integrou dados sonoros que havia coletado no Brasil com novos projetos que participou na Australia, estabelecendo uma colaboração de abordagem transoceânica para este tema.  

Marcos Rossi destaca como um dos pontos importantes do estágio, o treinamento tecnológico obtido e o aprendizado em lidar com equipamentos e análises de ponta para monitoramentos ecológicos marinhos através do som; e a participação em estudos em andamento conduzidos pela Universidade Curtin. 

Marcos Rossi levou equipamentos para serem regulados (calibrados), como dois microfones aquáticos e gravadores, além de 2 conjuntos de dados sonoros para serem analisados em conjunto com a equipe australiana. 

No ambiente acadêmico da UFRB, o professor Marcos Rossi coordenou por 6 anos um importante projeto de colaboração técnica com o setor privado (empresa Socioambiental Consultores Ambientais) onde realizou monitoramento na Bacia de Santos, entre os estados de Rio de Janeiro e Santa Catarina. Essa parceria gerou bolsas de estudo para 6 estudantes de graduação da UFRB, projetos de trabalhos de conclusão de graduação (TCCs) e dissertação de mestrado, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFBA, no qual o professor Marcos Rossi está associado. 

Intercâmbio 

Marcos Rossi aponta como fruto da colaboração estabelecida com a Universidade Curtin, por exemplo, a descrição acústica de explosões de bomba na BTS, utilizadas como arte de pesca (altamente predatória) realizada no Brasil. “Levei estes dados e envolvi aluno egresso da UFRB (que agora está no mestrado sob minha orientação) para conhecimento dos pesquisadores da Universidade Curtin”.  

“Também levei o conjunto de 3 anos de dados que descreve os sons de reprodução das baleias jubartes no estado da Bahia, localizando áreas onde as baleias enfrentam um maior nível de ruídos humanos (como os de embarcações diversas, exploração de plataforma de óleo e gás, atividades sísmicas, etc)”, explica Marcos Rossi. 

O uso de instrumentos tecnológicos é apontado como uma importante ferramenta de estudos marinhos, onde a dificuldade de acesso ao ambiente, e os altos custos associados a expedições limitam a atuação dos pesquisadores. Para o pesquisador, com mais recursos financeiros direcionados ao conhecimento da realidade marinha no Brasil, podemos atuar no mesmo nível tecnológico de países ricos como Austrália e Estados Unidos. 

 

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