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Evento

Cida Bento abre XI Fórum 20 de Novembro e chama atenção para população negra

21/11/17 15:35 , 21/11/17 20:13 | 1843
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A professora, psicóloga e coordenadora executiva do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT), Cida Bento, chamou a atenção para os retrocessos institucionais em políticas públicas para os setores de saúde, educação, habitação e inclusão social que o avanço da política conservadora implantada no Brasil, após o impeachment da presidente Dilma, tem causado.

Para tornar o ambiente ainda mais complexo e instável, Cida Bento acrescenta o recrudescimento do fascismo no mundo inteiro, inclusive no Brasil, em particular, “com grande participação de parcelas de nossa elite econômica e política”.

Cida Bento fez a conferência “Racismo institucional e desafios no quadro de desigualdades raciais” que abriu o XI Fórum 20 de Novembro - Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo – ontem (20), pela manhã, no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira.

Cida Bento disse que os retrocessos nas políticas públicas prejudicam e fragilizam ainda mais as populações negras, quilombolas, indígenas e das periferias. Ela disse que um dos maiores golpes contra esses segmentos populacionais aconteceu com a aprovação e entrada em vigor da lei que congela, por vinte anos, novos investimentos públicos em educação e saúde, conhecida como a PEC do Teto.

“Quem mais precisam do Sistema Único de Saúde? Do ensino público? Das bolsas estudantis?” questionou para explicar os prejudicados, diretamente, “são os mais pobres, os negros, as mulheres, os segmentos populacionais mais fragilizados de nossa sociedade”.

Segundo ela, basta que se veja como estão sendo sucateados os órgãos públicos em todos os lugares em contraposição ao noticiário sobre o volume de recursos públicos movimentado pelas lideranças e as elites entre parênteses. “Isso tudo é bem numa linha de extermínio da juventude negra e de fragilização crescente de quem não é da elite e tem outra ligação com a vida, com a cultura e com a natureza”.

Ela disse que é necessário estar atento ao cenário político em 2018, quando haverá eleição presidencial, para a Câmara dos Deputados e para 2/3 dos representantes do Senado Federal. “Os espaços públicos devem ser renovados pelo voto, e é importante que a população brasileira se aproprie do voto e diga que esse modelo político tem que parar”.

Neste cenário, Cida Bento reforçou que a definição dos nomes eleitos para os cargos acontecerá, principalmente, entre o eleitorado que se autodeclara negro ou pardo, que representa 53% do total da população brasileira e supera 80% no território baiano.

“O voto do negro define as eleições”, apontou. “Para mim teria uma lista com os nomes dos políticos que votaram contra os interesses da população negra, indígena, pobre e periférica”.

Ela recomendou que as pessoas olhem para a trajetória dos políticos e não apenas para os discursos retóricos em tempos de eleição, no processo de definição do voto.

Presentes – Estiveram presentes na palestra de abertura do XI Fórum, o reitor da UFRB, Silvio Soglia, a vice-reitora, Georgina Gonçalves, os pró-reitores Tatiana Ribeiro Velloso (Extensão); Rita de Cássia Dias Pereira Alves (Graduação); Rosineide Pereira Mubarack Garcia (Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação); Maria Goretti da Fonseca (Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis); o diretor do CAHL, Jorge Cardoso Filho; professores do CAHL e de outros centros de ensino; técnicos administrativos, alunos e pessoas da comunidade.

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