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Conferência

UFRB recebe Moacir Gadotti em conferência sobre Perspectivas da Educação

25/10/16 15:58 , 27/10/16 17:56 | 2822
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Em homenagem aos 95 anos de nascimento do educador Paulo Freire (1921-1997), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) recebeu na última sexta-feira, dia 21 de outubro, o professor Moacir Gadotti, presidente do Instituto Paulo Freire, para a conferência “Perspectivas da Educação Diante das Ameaças à Democracia”. O evento aconteceu no auditório da Biblioteca do Campus Cruz das Almas e teve como organizadores o Programa Todos Pela Alfabetização (TOPA) do Governo da Bahia e o Observatório Diversifica e a Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) da UFRB.

Fizeram parte da mesa de abertura o reitor da UFRB, Silvio Soglia, a coordenadora do Observatório Diversifica, Luciana Alaíde, e a coordenadora do TOPA, Francisca Elenir. “É nossa responsabilidade proporcionar esses espaços de diálogo e resistência na universidade”, disse a professora Luciana. Em seguida, o reitor falou da imensa alegria em receber o professor Moacir Gadotti na UFRB e quebrando o protocolo do evento, convidou pessoalmente o presidente do Instituto Paulo Freire para a mesa. “Você representa muitíssimo bem a filosofia que queremos cada vez mais nas nossas escolas. Nós queremos mais Paulo Freire! Nós queremos mais educação emancipadora e cidadã!”, afirmou Soglia.

Para compor a mesa ao lado do professor Moacir Gadotti, foi convidado o também pedagogo Almerico Lima, ex-superintendente de Desenvolvimento da Educação Profissional da Bahia e atualmente professor da UFRB. A conferência teve como mediador o professor Clóvis Ezequiel, ex-diretor do Núcleo Regional de Educação nº 21 (antiga DIREC 4) sediado em Santo Antônio de Jesus e colaborador do Observatório Diversifica da UFRB. O mediador saudou os presentes e, ao apresentar o currículo dos conferencistas, destacou sua honra de estar ao lado de dois grandes educadores. Logo, passou a palavra para Almerico Lima, convidado a apresentar um panorama sobre as questões da atual reforma do Ensino Médio.

Para Lima, a “pretensa reforma do Ensino Médio” está calcada em duas grandes questões consideradas falácias: uma é da urgência, diante da qual utiliza como método uma medida provisória, sem consulta prévia à sociedade, e a outra é a da captura de ideias arcaicas usadas agora como avançadas. Tais ideias denotam uma visão restrita da educação básica e não uma visão integral, que forma pessoas, trabalhadores e cidadãos. “A crise do Ensino Médio tem causas históricas e multideterminadas. Se não fizermos o diagnóstico acertado, podemos matar o paciente”, avaliou o educador.

Em sua opinião, as atuais mudanças educacionais refletem uma rearrumação de forças no plano nacional. "Nos tempos que vivemos, precisamos de gente de coragem e é a corajosa UFRB, todos que estão aqui e, principalmente, os estudantes do Ensino Médio, que vão fazer a diferença no processo de ataque aos direitos sociais, entre eles a educação pública de qualidade”, conclamou Lima.

Moacir Gadotti - Na fala mais esperada do dia, o presidente do Instituto Paulo Freire iniciou agradecendo o convite da UFRB. “Essa universidade não vive um momento qualquer, porque ela não é uma universidade qualquer. Aqui está se travando uma luta por uma outra educação possível e necessária. E a luta é muito maior do que derrotas momentâneas”, disse. “Quanto mais a bota da opressão pisa no oprimido, mais o oprimido sente a sua capacidade de resistir. Os estudantes estão dando sua lição de democracia”, completou, referindo-se ao movimento de ocupação dos prédios da instituição pelos discentes em protesto contra as medidas de reforma para a Educação.

Na definição de Gadotti, estamos apenas enfrentando mais uma luta que a classe trabalhadora enfrenta há séculos, o que inclui a defesa da universidade inclusiva frente à hegemonia do privado e da mercantilização como conceito. “Não é fácil fazer inclusão com qualidade, é toda uma construção epistemológica, prática e teórica”, afirmou. E como não poderia deixar de ser, lembrou o que Paulo Freire defendia nas décadas de 50 e 60, que educação não é privilegio e que todos devem estar na universidade.

Assista na íntegra a conferência no canal da UFRB no Youtube

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