Os fósseis encontrados na faixa de terra onde será construída a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), em Guanambi, na Bahia, apontam para a existência remota de animais já extintos que habitaram a região de 10 mil a 2 milhões de anos atrás. Esse é o resultado preliminar do convênio firmado entre a VALEC Engenharia Construções e Ferrovias S/A e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Nesse trabalho científico, que visa ao resgate e à conservação dos registros históricos da chamada megafauna em toda a extensão da ferrovia, a VALEC investe cerca de R$ 2,8 milhões.
Na última semana, quando aconteceu a segunda visita dos pesquisadores a Guanambi, foram encontrados ossos de toxodonte, uma espécie de grande porte que se assemelha a um hipopótamo, mas que não possui parentes vivos nos dias atuais. Outros fósseis já identificados são de um tipo de cavalo, de preguiças gigantes, de duas espécies parentes do tatu, de um cervídeo semelhante ao veado, e de mastodonte, que é parente do elefante. Os primeiros resultados desse trabalho serão apresentados à comunidade científica num simpósio de paleontologia previsto para acontecer em agosto deste ano, no Espírito Santo.
Nessa visita, com a ajuda de três estagiários do projeto, alunos do curso de Biologia da UFRB, a professora Carolina Scherer realizou a coleta de fósseis em dois dos três sítios paleontológicos descobertos no município. Nos dois locais, foram encontrados somente fragmentos pequenos de ossos e dentes. A maioria deles não permite a identificação das espécies, mas todos foram recolhidos para estudos mais aprofundados na universidade. “Os fósseis de tamanho mais expressivo foram entregues por moradores da região que os encontraram e guardaram por curiosidade”, disse Carolina.
Na primeira visita da professora a Guanambi, em janeiro deste ano, foram coletados cerca de 500 fragmentos de ossos. Esta segunda procura foi considerada mais produtiva, não pela quantidade, mas pela característica do que foi encontrado. A expectativa de grandes descobertas futuras envolve as buscas no fundo dos tanques naturais que acumulam água, mas isso somente será possível no período de seca.
A VALEC acompanhou de perto as duas visitas já realizadas pela equipe de paleontologia. O Gerente de Arqueologia da estatal, Fábio Campos, disse que essa primeira etapa do convênio vem atendendo as expectativas conforme previsto no plano de trabalho. Ele, que é o gestor do convênio, explicou que as outras duas fases correspondem à identificação de novos sítios paleontológicos em toda a extensão da FIOL e ao trabalho de educação patrimonial a ser realizado junto à comunidade e aos trabalhadores das empresas construtoras contratadas pela VALEC.
Para o próximo mês, já estão previstas novas buscas nos sítios paleontológicos de Guanambi e também o início do programa de educação patrimonial.
Fonte: Assessoria de Comunicação VALEC