O I Seminário de Extensão da UFRB foi realizado nos dias 24 e 25 de setembro de 2007. Na abertura, Professor Alexandre Almassy, coordenando o evento, disse que o objetivo do seminário era fortalecer as atividades de extensão da UFRB e formou a mesa de abertura, convidando o Reitor e Vice-reitor da UFRB, os Pró-reitores de Extensão de quatro universidades públicas baianas: da UFRB, Aelson Almeida; da UESC, Raimundo Bonfim; da UNEB, Adriana Marmori e da UEFS, Maria Helena Besnosi, e o Diretor Executivo da FAPEX, Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão, Osvaldo Barreto.
Na platéia, professores, gestores, representantes estudantis dos diretórios acadêmicos e dos grupos de extensão da UFRB e alguns servidores de todos os Campi UFRB.
Segundo Aelson Almeida, o Seminário representa o esforço de pessoas e instituições que congregam a idéia de uma extensão universitária que contemple diversas tendências de pensamento mas que encaminhe demandas sociais. Atualmente a extensão deve integrar, através de atividades, a universidade e as comunidades do seu entorno. Para Aelson é preciso buscar a institucionalidade da extensão. As três funções (ensino, pesquisa e extensão), precisam estar integradas e para isso a extensão deve ser valorizada como resultado das outras duas funções.
O Vice-reitor Sílvio Soglia lembrou em sua fala que a UFRB procurou, desde o primeiro momento, priorizar a extensão, na medida em que convidou pra pró-reitor da área Aelson Almeida, que atuava no Ministério da Ciência e Tecnologia, com representatividade junto ao Fórum de Pró-reitores e com experiência em tecnologias sociais.
O Reitor Paulo Gabriel Nacif, também em sua fala, reiterou a importância do convite a Aelson e falou do quanto os pró-reitores de extensão das universidades públicas baianas estão unidos na intenção de viabilizar uma atividade extensionista mais harmoniosa com a comunidade e mais integrada às demandas sociais.
Raimundo Bonfim parabenizou a UFRB, que em tão pouco tempo de criação, já amadureceu a ponto de questionar e analisar o tipo de extensão que será efetuada de forma institucional. Ele acredita ser fundamental descobrir de que forma integrar ensino e pesquisa à essa atividade fundamental, para que o conhecimento produzido na academia não fique arquivado em bibliotecas e laboratórios. O Pró-reitor da UESC ressaltou ainda que no Brasil, onde as demandas sociais em busca de uma distribuição mais justa de renda e da democratização do conhecimento que resulta em melhoria para as camadas mais pobres, é também responsabilidade da universidade pública e que todos somos chamados, professores, pesquisadores, estudantes, a darmos retorno do dinheiro público investido no ensino e na pesquisa, em forma de projetos de extensão.
Adriana Marmori avaliou os dois dias de seminário como fundamentais para uma política extensionista na UFRB. É preciso definir o espaço da extensão para então valorizá-la junto à comunidade. O pesquisador é muito valorizado e o extensionista, como fica?
O papel da extensão universitária como ação integradora do ensino e da extensão vai possibilitar que os estudantes vejam a extensão como ação natural após a sala de aula e os projetos de pesquisa.
Para a Pró-reitora da UNEB, existe uma infinidade de áreas a serem trabalhadas pela extensão, mas as demandas sociais regionalizadas precisam ser prioridade quando se pensa numa política extensionista para uma universidade inserida numa região como o Recôncavo da Bahia. Ela lembrou ainda que uma universidade congrega mais e melhores condições de integrar a extensão à pesquisa do que as grandes empresas públicas da área de pesquisa ou as ONGs, que hoje tem feito isso por inoperância de grande parte das universidades.
Maria Helena Besnosi, em sua fala, disse que a UFRB é nova mas está enfrentando uma discussão muito antiga nas universidades: o lugar da extensão. É preciso enfrentar essa discussão e os currículos que muitas vezes ignoram a extensão. A Pró-reitora da UEFS acredita que a separação que existe entre pesquisadores e extensionistas não deve existir e o status do professor pesquisador também precisa ser aplicado ao professor extensionista.
Finalizando a participação dos componentes da mesa, o Professor Osvaldo Barreto, da Faculdade de Administração da UFBA, atualmente Diretor Executivo da Fapex, disse que a UFRB está dando um exemplo de vitalidade. Criada há pouco mais de um ano, já se faz presente em vários municípios, ou com Campus, ou com atividades e eventos integradores e que isso é muito importante para o Recôncavo, abandonado há muito tempo. Ele acredita que a UFRB tem o perfil ideal para tornar a extensão um exemplo a ser seguido, pois sua resposta rápida às necessidades da região, vai possibilitar uma formação cidadã ao estudante da UFRB e integrá-lo à comunidade.
Osvaldo disse ainda que a Fapex é uma parceira nessa nova extensão universitária e que trará para Cruz das Almas um posto avançado da Fapex.
Depois de encerrada a participação dos componentes da mesa de abertura, começou a primeira palestra.
O Professor Roberto Sanches, da Faculdade de Educação da UFBA, contou sobre as atividades de extensão que desenvolve nas áreas de teatro educação e na educação especial. Todas as atividades resultaram do ensino e da pesquisa.
Depois foi a vez da Coordenadora de Desenvolvimento da Educação Superior da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Gelcivânia Silva, que fez um apanhado histórico da extensão no Brasil, desde 1964 até os dias atuais.
Após o almoço coletivo no Bosque das Mangueiras, o Seminário teve uma sessão de poesias e fotografias, resultado de um trabalho da Professora da UFRB, Alessandra Gomes, do CFP de Amargosa, que envolve arte e educação.
A primeira exposição da tarde foi da Professora Isabel Dantas, da UNEB, Campus de Itaberaba. Ela apresentou o Projeto 'Criança no centro da roda', que prioriza as crianças do entorno da universidade, integrando-as às ações educativas desenvolvidas no Campus e em projetos de outras instituições que desenvolvam ações sócio-educativas com elas.
A segunda exposição foi do Professor Gilberto Novaes, da UFBA, com a experiência do 'Projeto Sorridente'.
A terceira exposição foi do Professor Alexandre Almassy, sobre o projeto 'Ervas', da UFRB. O Projeto Ervanário Regional de Valorização da Agroecologia Familiar e da Saúde - ERVAS, que está sendo realizado nos municípios de Amargosa e Mutuípe já estava na etapa final de realização, porém com a aprovação da proposta submetida ao Edital 2007 do PROEXT do MEC, o projeto ERVAS será ampliado para Programa e será promovido pela Pró-reitoria de Extensão da UFRB. Além da continuidade das atividades em Amargosa e Mutuípe, os municípios de Santo Antonio de Jesus e Cruz das Almas também serão incorporados ao Programa. O objetivo geral do projeto ERVAS é promover a integração e o fortalecimento da agroecologia no âmbito da agricultura familiar na Região do Recôncavo Sul da Bahia por meio do cultivo de plantas medicinais, valorizando a diversificação da produção, o resgate do conhecimento tradicional e a sua correlação ao saber científico.
Após o debate, aconteceu o entardecer cultural, com coquetel e exposições de fotos e das ações da PROEXT UFRB.
No último dia do Seminário, o Pró-reitor Aelson Almeida apresentou a proposta para a política de extensão na UFRB. A professora Tatiana, de Santa Catarina, falou sobre flexibilização curricular e as Pró-Reitoras Rita Dias e Dinalva Melo fizeram contribuições e debateram a questão.
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