Diogo Valença de Azevedo Costa
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Possui graduação em Ciências Sociais (2001), mestrado em Sociologia (2004) e doutorado em Sociologia (2009) pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Realizou estágios pós-doutorais no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco e no Centro de Estudos Africanos da Universidade de Basileia, nesta última como bolsista CAPES - Proc. no BEX 10774/13-0. Desenvolve pesquisas nos campos da teoria sociológica, da sociologia do conhecimento e da sociologia do desenvolvimento, com foco no pensamento social latino-americano e brasileiro, nas relações raciais e de classes. Possui artigos em torno das obras de cientistas sociais latino-americanos como Florestan Fernandes e Rodolfo Stavenhagen, sobre as ciências sociais em Moçambique e exploração do trabalho nas minas sul-africanas e, mais recentemente, vem desenvolvendo pesquisas sobre a sociologia de Wright Mills e suas interfaces com a América Latina.
Projetos em andamento:
A sociologia de Wright Mills: teoria e política
O sociólogo norte-americano Wright Mills (1916-1962) possui uma produção intelectual de grande relevância, hoje considerada clássica, sobre questões de estratificação social e estruturas políticas de poder nos Estados Unidos. Essa temática foi aprofundada em trabalhos como The New Men of Power: America's Labor Leaders (1948), White Collar: the American Middle Classes (1951) e The Power Elite (1956). Sua produção, no entanto, se estende para questões relativas à sociologia do conhecimento, a exemplo de sua pesquisa sobre o processo de profissionalização da filosofia pragmatista nos Estados Unidos (1942), e à problemática do desenvolvimento (1959), tecendo comparações entre países capitalistas desenvolvidos e nações subdesenvolvidas. Além disso, a repercussão política de seus escritos reverberou além de suas fronteiras nacionais, alcançando diversos países latino-americanos, em especial o Brasil. O objetivo da presente proposta de trabalho será reconstruir, sob os prismas da sociologia do conhecimento, o itinerário político e acadêmico de Wright Mills, destacando os principais horizontes metodológicos e teóricos de seu pensamento sociológico e seus impactos e influências nas ciências sociais brasileiras.
Desafios da sociologia do desenvolvimento nas sociedades periféricas: as relações políticas, econômicas e diplomáticas entre Brasil e Moçambique (2003-2010)
O presente projeto de pesquisa faz parte das atividades pós-doutorais ora em curso na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e no Centro de Estudos Africanos da Universidade de Basileia (Unibas), nesta última financiado pela CAPES. Sua perspectiva é de longa duração, envolvendo um período inicial de três anos, em que os discursos oficiais e da sociedade civil brasileiros e moçambicanos sobre a cooperação entre os dois países serão objeto de questionamento, segundo os instrumentos analíticos trabalhados por Michel Pêcheux. O trabalho de investigação envolve, igualmente, pesquisa bibliográfica relativa ao modo como a noção de desenvolvimento foi tomando corpo em diferentes etapas da história de Moçambique, do período colonial e da luta de libertação, passando pela tentativa de construção do socialismo, até alcançar o momento atual de liberalização dos mercados e investimentos estrangeiros, iniciado em fins da década de 80 do século XX. O presente debate sobre as noções de desenvolvimento em Moçambique e o neodesenvolvimentismo brasileiro se assenta nos horizontes críticos, políticos e metodológicos das teorias marxistas da dependência, destacando-se nomes como Ruy Mauro Marini, Vânia Bambirra, Theotonio dos Santos, Samir Amin e, mais recentemente, Virgínia Fontes. Por fim, trata-se de uma tentativa de síntese entre as teorias marxistas da dependência (na qual podemos incluir também a noção de capitalismo dependente avançada por Florestan Fernandes) e a sociologia da exploração de Pablo González Casanova, levando em conta as dimensões do colonialismo e do imperialismo. Aqui o olhar lançado sobre Moçambique permite levantar questionamentos sobre a própria realidade brasileira, no que se refere ao modo de expansão das multinacionais com base em seu território e das raízes históricas de sua dominação capitalista, que repousa sobre a exploração racial e de classe social.
Florestan Fernandes e os dilemas sociais brasileiros: história do tempo presente
Teoria sociológica e desenvolvimento: as desigualdades sociais no Brasil e na América Latina
O projeto é coordenado por docentes participantes do eixo 1 “Desenvolvimento e desigualdades sociais” da linha de pesquisa 2, “Desenvolvimento e Políticas Públicas”. A proposta do projeto é agrupar as reflexões teóricas e metodológicas das pesquisas individuais de seus participantes, vinculadas a temas como sociologia econômica, educação, juventude, agricultura familiar, estratificação social, saúde etc., a fim de produzir novas perspectivas de análise crítica do desenvolvimento e das desigualdades sociais no Brasil e América Latina. Um de seus objetivos, nesse sentido, tem sido o de interpelar a teoria sociológica a partir de investigações de situações concretas do capitalismo periférico e dependente.