Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Início do conteúdo da página

Angela Lucia Silva Figueiredo

Publicado: Terça, 26 Mai 2020 14:31

s200 angela.figueiredo

Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Coletivo Angela Davis

Currículo Lattes lattes-icon

 

É professora Associada II no Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB. Possui graduação em antropologia pela Universidade Federal da Bahia (1994), Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1998), Doutorado em Sociologia pela Sociedade Brasileira de Instrução - SBI/IUPERJ (2003). Realizou o Pós-doc em 2006 na Universidade da Virginia (UVA) , no departamento de African America Studies, e em 2017 na Universidade de Berkeley, no departamento Ethnic Studies. Esta relação acadêmica e política com intelectuais afro-americanos e de outras minorias nos Estados Unidos tem rendido boas oportunidades de diálogos e isto tem se refletido tanto no seu trabalho com a classe média negra quanto nos estudos desenvolvidos sobre gênero, raça e classe e sobre o feminismo negro. Angela e coordenadora do Coletivo Angela Davis, um grupo de pesquisa ativista nas áreas de gênero, raça e subalternidade e coordenadora da primeira Escola Internacional Feminista Negra Decolonial. É professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRB, atua em dois programas na UFBA, a Pós-Graduação em Estudos étnicos e Africanos (POSAFRO) e no programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares de gênero (PPGNEIM). Como pesquisadora, tem atuado nas áreas de Desigualdades Sociais e Raciais, Desigualdades de Gênero, Cultura e Identidade, Classe Média, Beleza, Movimento Sociais, Empreendedorismo, Feminismo Negro e Emprego Doméstico. Realizou dois filmes-documentários: Deusa do Ébano (2004) e Diálogos com o Sagrado (2013). Foi curadora da exposição Global African Hair que ocorreu no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal em Salvador (2012). Coordenou o curso de formação para jovens empreendedor em parceira com a Escola Pública (2012, 2013 e 2014). Publicou os seguintes livros: Novas elites de cor: um estudo sobre os profissionais negros em Salvador (20020, Classe média negra: Trajetórias e perfis (2012), Beleza Negra (2016). Nos últimos anos, publicou artigos na área de gênero, raça e feminismo negro. Realiza oficinas e workshops sobre Empreendedorismo, Feminismo negro e Escrita para as mulheres.

 

Projetos em andamento:

Interseccionalidade das categorias de gênero, raça e classe no estudo sobre a classe média negra

O campo de estudo definido como o “Estudo das Relações Raciais no Brasil” tem estabelecido uma comparação histórica entre os dois países, com o intuito de entender, sobretudo, a experiência negra no que se refere ao sistema classificatório da cor, às manifestações do racismo, do preconceito e da ideologia racial e a identidade negra. Ainda que se trate de um tema clássico nos estudos das relações raciais, os pesquisadores historicamente compararam macro-fenômenos sociais, destacando, prioritariamente, o período escravista e as diferentes ideologias raciais existentes nos dois países, em detrimento de uma análise empírica sobre o cotidiano das relações entre negros e brancos e sobre a mobilização política, especialmente das mulheres negras. Do mesmo modo, a maioria das pesquisas subestimou as diferenças existentes nas relações de homens e mulheres negros nos dois países, contribuindo assim, para a consolidação de uma imagem em que todo negro é do sexo masculino. O projeto de pesquisa proposto tem como objetivo analisar as trajetórias, os estilos de vida, a percepção do racismo e o discurso sobre a identidade negra de homens e mulheres negros inseridos na classe média nos dois países, a partir de uma perspectiva interseccional que considere as dimensões de gênero, raça, classe e sexualidade. Para dar conta do objetivo proposto, a pesquisa privilegiará o uso de métodos qualitativos, através da realização de entrevistas e da observação participante.

 

O Cotidiano da Violência - gênero, raça e sociabilidades

Compreende-se que raça e gênero, como matrizes de organização e distribuição de poder e humanidade, são inerentemente violentas (FANON, 2004) em suas origens e/ou em suas formulações posteriores. Embora ambas façam parte da história e cultura brasileira, e sejam cruciais para qualquer investigação científica em torno das relações de poder e sociabilidade no país, a topologia de sua violência precisa trabalhar com os modos pelos quais ela é constantemente reconfigurada a depender do contexto e dos agentes envolvidos. Ainda que muitas violências motivadas pelas lógicas de operação do gênero e da raça sejam letais e formulem “necropolíticas” (MBEMBE, 2018) responsáveis pelo manejamento e despejo de corpos marginalizados de homens e mulheres racializadas, muitas de suas formas de manifestação hoje se elaboram em espaços mais capilares, sem a pecha dos sentidos de domínio ou inimizade (BYUNG-CHUL HAN, 2017). Levando em consideração que estudos anteriores se dedicavam às macrocompreensões dos modos de produção da violência racial e generificada, o presente projeto busca entender as redes afetivas e morais que se erguem diante das violências que acontecem dentro da lógica da rotina e da previsibilidade, sejam elas de contraposição ou sobrevivência. Frente à práticas violentas que estão cravadas no cotidiano de determinadas comunidades, e sobretudo a partir da internalização que se encarrega de naturalizar práticas cotidianas de violência. Mas a violência, nesse sentido, ao produzir outras formas e instrumentos de atuação, mobilizam também um novo contorno na relação que a própria sociedade estabelece com ela. Levando em conta seu caráter sistêmico, e como a violência coincide, em certo grau, com a própria sociedade, nos interessa saber como ela é compreendida, reconfigurada, assimilada e matizada de acordo com as condições específicas de seus/suas atingidos/as. Como as pessoas que convivem diariamente com práticas e ações violentas, gerenciam seus universos e quais sentidos atribuem à esses elementos?

 

 

registrado em:
Fim do conteúdo da página