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IV Encontro Nos Caminhos da Gestão Pública, um relato do evento

Por Val Santos

 

Mercado de Trabalho na Gestão Pública foi o tema trabalhado no IV Encontro Nos Caminhos da Gestão Pública, realizado na noite dos dias 04 e 05 de setembro de 2017, no auditório do Hansen em Cachoeira. O evento discutiu também os desafios enfrentados pelos profissionais do Campo de Públicas.

A programação incluiu conferência com Felipe Drumond, um dos membros fundadores da Associação Nacional dos Egressos dos Cursos do Campo de Públicas, apresentações de pesquisas de alunos de graduação e pós-graduação, momentos culturais com Orquestra de Berimbau de Cachoeira e Mari Brandão (voz e violão), relatos de experiências e exposição de atividades lúdicas sobre avaliação de políticas sociais. Além disso, teve o lançamento da nova tecnologia de acompanhamento das Atividades Curriculares Complementares (ACC) do Curso de Gestão Pública, desenvolvido por Russenaide Rocha e Mateus Carvalho.

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Ala feminina da Comissão Organizadora Exposição de posters
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Orquestra de Berimbau de Cachoeira entoa uma ladainha Turma de Gestão Pública com o palestrante Felipe Drumond.

 

No primeiro dia de evento, o palestrante Felipe Drumond relatou a sua experiência frente a Pró-Pública - Associação Brasileira dos Profissionais do Campo de Públicas e chamou atenção da responsabilidade que o gestor público deve ter na sua profissão.

 “O setor público tem uma responsabilidade muito grande de serviço e de vocação que não se vê em muitas divulgações de concurso e que muitas vezes está ligada a interesses pessoais do que a vocação de fato. Toda a visão que a gente está tendo de concurso público é muito mais pensado em cunho individual do que em cunho coletivo. Isso é um ponto grave que a gente tem. Como se a gente fosse gestão pública só para concurso e que a única coisa que importasse no setor público fossem o salário e a estabilidade. Isso é muito triste. Será que uma pessoa que faz concurso público puramente pensando no salário, vai conseguir fazer a diferença? Eu acho que não”, desabafa Felipe.

Apesar dos vários desafios que o gestor público ainda tem pela frente, Felipe Drumond apontou alguns caminhos de atuação no mercado de trabalho. “Hoje contamos com um campo maior de atuação. Tem o programa Vetor Brasil que trabalha com cargos comissionados entre governos estaduais e entre as prefeituras. A consultoria hoje também está bem interessante para o gestor público e também tem a política de residência. O terceiro setor tem um mercado muito grande e tem várias fundações e institutos que estão discutindo gestão pública aqui no Brasil”.

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Felipe Drumond e Prof. Edgilson Tavares, que moderou o debate após a palestra de abertura do evento.

 

 No último dia do IV Encontro Nos Caminhos da Gestão Pública ocorreu a Sessão Formei: e Agora?  com relatos de experiência de alunos no campo de pública; teve também mesa redonda com o tema Participação e Controle Social, composta por  alunos egressos de Gestão Pública, Ana Paula Melo e Mailson Santos Pereira.

Nos relatos, os alunos da mesa puderam dialogar e partilhar as suas experiências e as opções de atuação, após a graduação, no mercado de trabalho.  Elivandison Ribeiro trouxe a experiência e o aprendizado dele no Estágio-Visita no Congresso Nacional da Câmara dos Deputados. Esse estágio tem a duração de cinco dias e permite que os alunos participem de atividades que melhorem o conhecimento teórico e prático sobre o Poder Legislativo Brasileiro.

Foi muito bom porque pegamos a semana muito importante para a sociedade brasileira, que foi a semana da votação da denúncia de Temer e teve outra votação que a Senadora Gleisi Hoffmann e outras lá subiram na mesa do Senado. E a UFRB foi a única instituição que levou mais de dois estudantes. Então a gente pode conhecer um pouco de como funciona o parlamento, quem está por trás dos deputados, (que são os assessores), e também participamos, no último dia, das missões em equipes”, relatou Elivandison.   

A egressa de Gestão, Marta Silva, falou das propostas de trabalho recebidas e a escolha pelo Mestrado no Campo de Pública na UFRB. “Eu já recebi algumas propostas de trabalho, como assessoria de vereador, assessoria de sindicato importante aqui da região, e até proposta de candidatura pra vereança, mas eu abri mão. Aí surgiu o mestrado através da professora Lys e do professor Edgilson, que me incentivaram desde a graduação e despertaram esse desejo em mim. Então eu busquei o mestrado no sentido de seguir realmente essa carreira acadêmica da pesquisa. Então, pra quem está iniciando o curso agora e quer continuar na carreira acadêmica, é bom procurar logo definir pra que área vai caminhar, deve participar de projeto de pesquisa, melhorar seu histórico enfim, buscar um foco e criar possibilidades pra isso”.   

Ana Paula Melo também falou da experiência Mestrado no Campo de Pública, mas em outro Estado. “Eu saí da graduação na UFRB e comecei a trabalhar prestando serviço pra uma consultoria em alguns municípios e descobri que em um município desses, estava precisando de alguém para o setor de compras. Então entrei nessa prefeitura e foi lá que aprendi muito mais que na consultoria. Aí fui também pra área acadêmica fazer o mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente  na Paraíba e paralelo a isso fiz a especialização em Gestão de Políticas Públicas na Universidade Federal de Campina Grande”.

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Russenaide e Mateus apresentam a nova tecnologia de monitoramento de ACC Franci, Marta e Ana Paula na sessão Relatos de Experiência
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Profa. Doraliza coordena a sessão dos Relatos de Experiência que é aberta por Elivandson. Patricia Lorenzo e Tamara foram as mestres de cerimônia do IV Encontro.

 

 DIFICULDADE DE ATUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

 

Durante o evento, os discentes de Gestão pública tiveram um panorama de como está o mercado de trabalho hoje e as dificuldades enfrentadas pelo profissional. A egressa Franci Cruz relatou algumas dificuldades que um gestor tem ao tentar se inserir no mercado de trabalho e a falta de conhecimento de outras pessoas por não conhecer o campo. “Minha maior dificuldade é justamente fazer as pessoas entenderem o que é Gestão Pública, muita gente nem sabe que existe essa profissão”.

Esse ponto também chamou a atenção de Leandro Leite, estudante do 6o semestre de Gestão Pública. “A impressão que tenho é que o dilema da profissão de gestor público e das demais carreiras do campo de públicas consiste no fato dela ser reconhecida apenas pelos próprios profissionais da área, e não se percebe o respeito e a valorização dela como acontece em outras áreas profissionais. Acredito que sejam válidos os encontros e a formação de grupos que tenham a finalidade de fortalecer os profissionais do campo de públicas. Todavia, é necessário que nós, profissionais da área, nos mobilizemos para que a nossa importância seja reconhecida e que o nosso espaço no mercado não seja ocupado por outras profissões, pois, se é para ser diferente, qual o motivo de cursos para profissionais de públicas, se esse campo não faz parte das áreas profissionais?”, desabafa Leandro.

 

 

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